A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os atos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aprovou o requerimento extra-pauta para a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, nesta terça-feira (1º/8).
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) relembrou a articulação para não chamar Rui Costa na última reunião do colegiado antes do recesso parlamentar, no dia 12 de julho. “Praticamente está se acabando o prazo de funcionamento da CPI. E ela não conseguiu demonstrar nada de concreto agora, como de fato as outras quatro CPIs que foram criadas para apurar o MST também não chegaram a nada.”
“A tentativa de convocar o ministro Rui aqui para esta CPI mostra claramente que a intenção dos parlamentares que coordenam a CPI, e que são maioria, é atacar o governo para intimidar”, criticou Tatto ao ser anunciado o requerimento.
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Alencar Santana (PT-SP), por sua vez, tentou usar o mau funcionamento do cronômetro do plenário, que auxilia no tempo de fala dos deputados, para suspender a reunião e não votar a convocação.
O autor do pedido e relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP), justificou o pedido para chamar Rui Costa para prestar explicações com um “incremento no número de invasões de propriedade e destruição do patrimônio público e privado no país”.
Salles argumentou que o governo seria “conivente” com as ações do MST, “seja por se associar a seus líderes, seja por indicar gestores, em vários níveis, ligados àqueles que promovem invasão”.
“Não sem razão, o presidente da República se fez acompanhar em viagem oficial à República Popular da China, do sr. João Pedro Stedile”, afirma um trecho do documento. “Não sem razão, nomeou para vários cargos no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pessoas ligadas às invasões, bem como nomeou como ministro o Sr. Rui Costa que, durante seu mandato como governador do estado da Bahia não empreendeu esforços para impedir atos de invasões de terra nem para garantir a propriedade privada”, completou.