Entre os oitos arrolados para depor simultaneamente, apenas o advogado do clã Bolsonaro, Frederick Wassef, prestou depoimento na Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) em São Paulo. Na saída, o advogado não respondeu ao questionamento de jornalistas se respondeu ou não às perguntas dos investigadores, alegando que a inquérito corre em segredo de Justiça.
Antes, ao chegar para o depoimento, Wassef falou com os jornalistas e disse que era vítima de "fake news". Ele criticou a imprensa e disse não ter cometido nenhuma irregularidade no caso das joias recebidas como presentes de governos estrangeiros pelo então presidente Jair Bolsonaro.
"Eu tenho sido vítima de uma campanha covarde de fake news. Estou absolutamente tranquilo. Jamais cometi qualquer irregularidade ou ilícito. Infelizmente, eu tenho sido perseguido no (âmbito) pessoal por alguns jornalistas", disse o advogado.
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Questionado sobre as diferentes versões, negou que tenha tido mais que uma versão sobre os fatos, mas não respondeu sobre o que motivou a recompra do relógio Rolex nos Estados Unidos, que depois foi devolvido ao Tribunal de Contas da União (TCU).
"Eu, Frederic Wassef, jamais mudei de versão, jamais voltei atrás. Eu desafio um dos senhores, me mostre uma gravação, uma fala minha, onde eu neguei que comprei o relógio. Jamais", disse Wassef. "Estou aqui num ato de boa-fé e respeito ao Poder Judiciário e Polícia Federal", complementou.
Questionado por um jornalista sobre onde estariam armas registradas em nome do advogado e que não foram localizadas pela PF, Wassef também não respondeu. “Vocês deveriam focar nas armas que estão nas comunidades, que tem um verdadeiro exército armado de ponto 50, armas de guerra, esse tipo de coisa”, disse Wassef.
Depoimentos em Brasília
Em Brasília, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten e o assessor Marcelo Câmara optaram por permanecer em silêncio no depoimento e deixaram a sede da PF após uma hora diante dos investigadores. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que segue preso, foi primeiro a chegar na sede da PF, pouco depois das 9h. Sete horas depois, ele ainda permanecia no prédio.
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