O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) Gonçalves Dias negou ter pedido para que informes de segurança da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sobre o 8 de janeiro, fossem adulterados. Na manhã desta quinta-feira (31/8), em depoimento na Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI), que investiga o que acarretou os atos de vandalismo na data, o general garantiu que não pediu para retirar seu nome dos relatórios.
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“Não mandei ninguém adulterar documentos ou retirar meu nome dos relatórios, tão somente determinei que organizassem as informações que deveriam ser dadas à CCAI, dentro de uma lógica única”, disse G. Dias. A CCAI é a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, que realiza o controle e a fiscalização externos das atividades de inteligência e contrainteligência.
G. Dias argumentou que os relatórios foram compartilhados em grupo de mensagens, do qual ele não fazia parte. “Os alertas de segurança abertos, com informações de fontes abertas, foram passados para um grupo de WhatsApp, constituído de órgãos públicos, e não com meu nome. Como eu não integrava aqueles grupos e não constava o nome de pessoas no relatório, apenas de órgãos, determinei que as informações fossem padronizadas”, reforçou.
A afirmação do ex-ministro vai ao encontro do que informou o ex-diretor adjunto da Abin Saulo Moura da Cunha à CPMI, em 1º de agosto. No depoimento ao colegiado, o ex-Abin assegurou que G. Dias determinou a remoção de seu nome em planilha que registra os alertas enviados pela agência nos dias anteriores aos ataques terroristas do 8 de janeiro.
"A ordem não é ilegal, ele [G. Dias] é quem determina quais informações devem ser incluídas. Da parte da Abin, não houve nenhuma iniciativa de esconder informações", disse Saulo na oitiva. À época, a agência era subordinada ao GSI.
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