CPMI

PM do DF foi ineficaz na repressão aos golpistas, diz G. Dias à CPMI

Ex-ministro do GSI declara à CPMI que investiga os ataques de 8 de janeiro que "o conjunto de ações e inações" da corporação resultaram nos atos de vandalismo às sedes dos Três Poderes

G. Dias disse à CPMI dos atos antidemocráticos que houve
G. Dias disse à CPMI dos atos antidemocráticos que houve "erros" na avaliação dos órgãos de segurança sobre a ação dos golpistas - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Aline Brito
postado em 31/08/2023 11:51 / atualizado em 31/08/2023 11:52

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias atribuiu a dimensão dos ataques às sedes dos Três Poderes à ineficiência da Polícia Militar do DF (PMDF). O general acusou a corporação de não ter seguido o protocolo de segurança para situações como a dos atos antidemocráticos.

“O consórcio de ações e inações das forças policiais da PMDF, que não foram eficazes no cumprimento das atividades sob sua responsabilidade previstas no Protocolo de Ações Integradas (PAI), levaram à aqueles eventos”, declarou G. Dias.

O general revelou que, em reuniões com as forças de segurança do DF antes do 8 de janeiro, a orientação era a de não permitir que nenhuma pessoa ou veículo transitasse pela Praça dos Três Poderes, mas a recomendação não foi seguida. “A determinação, claro, era evitar que os manifestantes chegassem ao Palácio do Planalto, onde deveria estar montado o sistema previsto no Escudo do Planalto, que eu determinei que se mantivesse ativo desde o dia 5 de janeiro”, argumentou.

“Todas essas medidas nos davam a segurança de que o planejamento de proteção que havia sido planejado estava sendo executado e seria cumprido, não existindo a possibilidade de um evento da magnitude do dia 8 de janeiro”, ressaltou G. Dias. O general ainda contou que “erros e avaliação no acompanhamento da evolução da situação cometidos por órgãos de assessoramento direto do GSI, especificamente da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial e a Coordenadoria Geral de Análise de Risco”, ocorreram em decorrência de informações divergentes que foram passadas por pessoas do alto escalão da PMDF.

“Essas informações divergentes me foram passadas na manhã do dia 8 de janeiro e culminaram na minha decisão e iniciativa de ir pessoalmente ao Palácio do Planalto ver como estava a situação”, afirmou. O ex-ministro assumiu que deveria ter sido mais minucioso no detalhamento dos planos de segurança, “mesmo aquilo sendo responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública do DF”.

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