Investigação

Governo exonera coordenador-geral do GSI, alvo da CPMI do 8/1

Carlos Onofre Serejo Luz Sobrinho é alvo de requerimento de quebras de sigilos na CPMI do 8/1 no Congresso e apontado como envolvido nas ações da data

Requerimento assinado pela relatora da CPMI, Eliziane Gama aponta que uma sindicância interna da indicou uma participação do coronel nos atos de 8 de janeiro -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Requerimento assinado pela relatora da CPMI, Eliziane Gama aponta que uma sindicância interna da indicou uma participação do coronel nos atos de 8 de janeiro - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Correio Braziliense
postado em 29/08/2023 11:47

O Governo Federal exonerou, nesta terça-feira (29/8), o coronel Carlos Onofre Serejo Luz Sobrinho, que tinha cargo comissionado de coordenador-geral do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. A decisão, publicada no Diário Oficial da União (DOU), não revela motivo da exoneração.

Carlos Onofre foi alvo de requerimento de quebras de sigilos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e o envolvimento de militares nas ações. O requerimento assinado pela relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), afirma que uma sindicância interna indicou uma participação do coronel nos atos.

"Na sindicância instaurada no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para apurar as ocorrências relacionadas ao 8 de janeiro de 2023, e compartilhada com esta CPMI, o agente público acima foi identificado como envolvido, depondo sobre os fatos", afirmou a relatora em documento publicado em 3 de agosto.

O GSI como um todo vem sendo investigado no âmbito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Um inquérito militar que apura esses ataques apontou "indícios de responsabilidade" da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, do GSI.

Ainda de acordo com o relatório, os atos na Esplanada poderiam ter sido evitados na ata caso houvesse um "planejamento adequado" no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Além disso, o documento apontou que era obrigação da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial "buscar informações indispensáveis ao planejamento de ações preventivas", junto a Agência Brasileira de Inteligência e com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. O inquérito também revela que o número de militares era menor do que o disponível no dia 31 de julho de 2022, quando Bolsonaro convocou apoiadores contra o Supremo Tribunal Federal.

"Desta forma, é possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP teria melhores condições de êxito", diz a investigação.

Outras exonerações

Em 10 de agosto outro membro do GSI tinha sido exonerado do cargo, o tenente-coronel André Luís Cruz Correia, que integrava o Gabinete de Segurança Institucional — órgão diretamente envolvido na segurança de Lula.

Uma perícia realizada pela Polícia Federal (PF) no celular do tenente apontou que ele participava de um grupo no WhatsApp no qual se defendia a aplicação de um golpe de Estado e se atacava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em abril, o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, pediu demissão. A decisão de sair do governo ocorreu após vazarem imagens dele e de agentes da pasta interagindo com os vândalos no dia dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Desde do início do ano e do governo Lula, mais de 80 militares e servidores civis foram exonerados do GSI.

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