Em discurso na XIV Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a "África tem tudo para se tornar uma potência agrícola, com capacidade para alimentar seu povo e o mundo" e destacou que "Brasil continuará a ser parceiro nessa empreitada".
Segundo o presidente, o governo deve reeditar uma vertente do programa Mais Alimentos — que permite que pequenos produtores possam ter acesso a financiamento para compra de tratores e implementos agrícolas — voltada para os países do continente. "Assim como no passado, uma versão do Mais Alimentos para a África deve ser retomada como mais uma vertente da cooperação Sul-Sul brasileira", salientou.
O presidente destacou que os países da CPLP reúnem quase 300 milhões de consumidores, espalhados por quatro continentes e com um PIB de US$ 2,3 trilhões. No bojo dessa passagem por São Tomé e Príncipe, foram assinados dois atos bilaterais, um deles o acordo de cooperação e facilitação de investimentos entre os países da comunidade lusófona. Isso porque, conforme lembrou, mais de 1,7 mil estudantes dos países que falam português concluíram estudos de graduação no Brasil nos últimos 20 anos.
"Com as mudanças no mundo do trabalho, vivemos o desafio de dinamizar nossas economias garantindo trabalho digno, salário justo e proteção aos trabalhadores e trabalhadoras. Esse é o espírito da iniciativa em defesa do trabalho decente que lançarei com o presidente (JOe) Biden, à margem da próxima Assembleia Geral da ONU", adiantou. Por conta disso é que o tema do encontro da CPLP foi "Juventude e Sustentabilidade".
Mas uma fala do presidente repercutiu mesmo depois da chegada a São Tomé e Príncipe. Horas antes, em Angola, em entrevista a jornalistas, ele disse que era preciso fazer uma reparação em relação a Dilma Rousseff — que sofreu um processo de impeachment por causa das pedaladas fiscais. Isso porque, como lembrou Lula, a ação de improbidade contra a ex-presidente, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), foi arquivada.
"A Justiça Federal em Brasília absolveu a companheira Dilma da acusação da pedalada. Foi absolvida e eu, agora, vou discutir como que a gente vai fazer. Não dá para reparar os direitos políticos, porque se ela quiser voltar para ser presidente, eu quero terminar o meu mandato", disse, bem humorado.
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