Na Angola, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, neste sábado (26/8), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Para Lula, o órgão internacional deveria garantir a paz e estabilidade, mas "faz a guerra sem conversar com ninguém".
Em declaração à imprensa, o presidente defendeu ainda que a dívida dos países africanos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ser anulada, prorrogada ou transformada em investimentos na infraestrutura dessas nações.
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"O Conselho de Segurança, que deveria ser a segurança da paz e da tranquilidade, é o que faz a guerra sem conversar com ninguém. A Rússia vai para a Ucrânia sem discutir no Conselho de Segurança. Os Estados Unidos vão para o Iraque sem discutir no Conselho de Segurança. A França e a Inglaterra vão invadir a Líbia sem passar pelo Conselho de Segurança", declarou Lula. "Ou seja, quem faz a guerra, quem produz arma, quem vende armas são os países do Conselho de Segurança. Está errado", acrescentou.
O presidente defende que novos países, incluindo o Brasil, sejam inseridos no Conselho. Para ele, o órgão não representa a diversidade de forças geopolíticas que existe atualmente no mundo. Além do Brasil, ele defende a entrada da Índia, Alemanha e do Japão.
Revisão da dívida africana
Já ao comentar a dívida dos países africanos, Lula afirmou que é preciso repensar o mecanismo de pagamento ao FMI. "É preciso começar uma nova briga", citando que o continente tem um débito de US$ 760 bilhões com o fundo.
"Essa dívida vai ficando impagável, porque o dinheiro do orçamento nunca dá pra pagar, e o problema vai sempre aumentando. Qual é a lógica? É tentar sensibilizar as pessoas que são donas dessas dívidas para que elas sejam transformadas em apoio à infraestrutura. O dinheiro da dívida, ao invés de ser pago, seria investido em obras de infraestrutura", defendeu o presidente.
Ele admitiu que o valor dificilmente será anulado, mas pode ser prorrogado para que os países consigam pagar a dívida. Lula encerra sua viagem a Angola neste sábado, e segue para São Tomé e Príncipe, onde participa da Cúpula dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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