investigação

CPMI 8/1: militar se nega a falar sobre fraude em cartões de vacina

O militar negou, no início do depoimento, qualquer envolvimento com as adulterações no ConectSUS e, após novos questionamentos, disse que iria exercer seu direito ao silêncio

Senadora Eliziane Gama voltou a tocar no assunto dos cartões de vacina -  (crédito: Reprodução/TV Senado)
Senadora Eliziane Gama voltou a tocar no assunto dos cartões de vacina - (crédito: Reprodução/TV Senado)
Aline Brito
postado em 24/08/2023 12:57

O sargento Luis Marcos dos Rei disse, nesta quinta-feira (24/8), que não participou do suposto esquema de fraude nos cartões de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A declaração foi dada durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. No entanto, após novas perguntas sobre o caso, ele alegou que iria permanecer em silêncio. 

“Jamais tive ou tenho envolvimento direto ou indireto, nem mesmo conhecimento, sobre suposto esquema de falsificação de cartão de vacinação do ex-presidente ou qualquer membro de sua família”, afirmou o militar.

Durante os 15 minutos iniciais, dos quais tem direito de falar antes da relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), começar a fazer as perguntas, o sargento adiantou que usaria o direito de ficar calado diante dos questionamentos sobre esse episódio. Na oitiva, a parlamentar voltou a tocar no assunto dos cartões de vacina. Ela questionou se Reis esteve presente nos dois momentos da inserção de dados falsos no sistema do ConectSUS ou se ele teria participado de somente em uma etapa.

O sargento se recusou a responder e afirmou que usaria seu direito de ficar em silência silêncio. “Mais uma vez, não falarei sobre cartão de vacina. Cartão de vacina está nos autos da Polícia Federal, está junto com a PGR, cabe à justiça decidir”, disse Reis.

Depois da recusa, Eliziane Gama citou os nomes dos envolvidos no esquema de fraude nos cartões de vacina e perguntou se ele tinha conhecimento. O militar confirmou conhecer todos. A relatora completou: “Só para deixar registrado, todos esses foram presos, junto com o senhor, pela operação que trata da inserção de dados falsos, de um cartão de vacina que foi necessário para que eles [Bolsonaro e Michelle] saíssem do Brasil antes dos atos do 8 de janeiro”, disse. 

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