ATOS GOLPISTAS

Presidente da CPMI diz não ver razão para quebra de sigilo de Bolsonaro

O deputado Arthur Maia afirmou que colegiado não irá investigar o caso da venda ilegal de joias da União

O deputado defende que, caso seja do interesse dos parlamentares apurar o caso das joias, que
O deputado defende que, caso seja do interesse dos parlamentares apurar o caso das joias, que "façam outra CPI" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Ândrea Malcher
postado em 23/08/2023 15:58 / atualizado em 23/08/2023 16:39

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro, o deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou, nesta quarta-feira (23/8),  que o colegiado não irá investigar o caso da venda de joias da Presidência e tampouco vê razões para a quebra de sigilos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada após ter se reunido com o ministro da Defesa, José Múcio, e o comandante do Exército, Tomás Miguel Paiva.

“Essa CPMI não vai adentrar em questão de corrupção, de venda de jóias, porque isso não está relacionado com o 8 de janeiro. A não ser que chegue na CPMI alguma vinculação que pode demonstrar alguma ação dessa natureza, não vejo sentido de quebrar o sigilo apenas porque é o ex-presidente da República”, disse Maia.

O deputado defende que, caso seja do interesse dos parlamentares apurar o caso das jóias, que “façam outra CPI”. Com aliados militares do ex-presidente sendo alvos de pedidos por quebras de sigilo e convocações, Maia comentou que o que lhe foi “afirmado o tempo inteiro é que o que importa ao Exército é que tudo seja esclarecido para mostrar que a instituição luta, trabalha e tem compromisso com as instituições democráticas no Brasil” e garantiu que não há qualquer tipo de pressão por parte das Forças Armadas para que o colegiado não convoque militares.

Questionado sobre os acampamentos em frente aos quartéis do Exército pelo país, instalados após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas no ano passado, o parlamentar declarou que o episódio foi um "ponto fora da curva dentro dessa história democrática do Brasil”.

“Esses acampamentos foram um momento ruim para o Exército e para o Brasil. É um crime as pessoas se colocarem nos portões de quartéis pedindo intervenção das Forças Armadas contra o resultado de uma eleição democrática que teve um vitorioso”, completou.

O presidente do colegiado tenta manter uma boa relação com militares e na pauta de quinta-feira (24/8) está prevista a votação de requerimentos da convocação do segundo-tenente do Exército, Osmar Crivelatti - próximo de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de diversas quebras de sigilo, como do hacker Walter Delgatti Neto e dos citados na oitiva da última quinta-feira: Carla Zambelli; Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente que teria acompanhado o hacker ao Ministério da Defesa para estudar o funcionamento das urnas; e Luis Marcos dos Reis, suspeito de movimentar R$ 3,3 milhões e repassar parte a Mauro Cid.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação