ATOS GOLPISTAS

Presidente da CPMI se reúne com Múcio e comandante do Exército

Um dia após a confusão que acabou cancelando a sessão do colegiado, Arthur Maia (União-BA) afirmou que a investigação da CPMI sobre militares não diminui papel das Forças Armadas no país

Deputado se reuniu com ministro da Defesa e comandante do Exército nesta quarta-feira -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Deputado se reuniu com ministro da Defesa e comandante do Exército nesta quarta-feira - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Ândrea Malcher
postado em 23/08/2023 12:31 / atualizado em 23/08/2023 12:32

Após a confusão por conta de pedidos de quebra de sigilo que culminou no cancelamento da sessão de terça-feira (22), o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), se reuniu, nesta quarta-feira (23/8), com o comandante do Exército, Tomás Miguel Paiva. Segundo ele, deve ser avaliada a conduta individual de cada militar no dia dos ataques que resultaram na depredação dos prédios dos três Poderes.

“O fato de alguns militares, pessoas físicas, terem eventualmente se envolvido com essas movimentações antidemocráticas que aconteceram e que projetaram o 8 de janeiro, isso tem que ser separado, totalmente separado das Forças Armadas brasileiras”, afirmou deputado. 

Segundo o parlamentar, o comprometimento com valores democráticos das Forças foi fundamental para a transição de governos. “Fiz questão, nesse momento final (da CPMI), nessa reta final, de vir aqui cumprimentar o comandante do Exército, Estado Maior das Forças Armadas, o general Tomás, juntamente com o ministro (da Defesa) José Múcio”, disse. 

“[Para] dizer que, como presidente da CPMI, a mensagem que eu trago é de que tenha passado tudo que aconteceu e que tenham sido levados à CPMI militares – e outros ainda irão depor – mas que essa condição individual de alguns membros das Forças Armadas, de maneira nenhuma diminui o papel das Forças Armadas que nós brasileiros temos a obrigação de preservar, cuidar e, sobretudo, reconhecer o papel de compromisso democrático”, completou.

Na terça-feira, um racha entre os parlamentares governistas e de oposição, envolvendo uma convocação ou quebras de sigilo da deputada Carla Zambelli (PL-SP), resultou no cancelamento da sessão. A pauta, que pelas regras do Congresso devem ser apresentada com 48 horas de antecedência, acabou abrindo lugar para a negociação, o que acabou falhando.

“Penso que depois do depoimento do hacker (Walter Delgatti Neto), é importante que isso (quebras de sigilo de Zambelli) seja colocado. Havia vários requerimentos nessa direção, a relatora reputa como importante. Havia a proposta que a deputada fosse convocada, a relatora, com razão ao meu ver, reagiu dizendo que ela não poderia inquirir ninguém sem ter elementos para fazer ali a arguição dela então partimos para esta decisão de pautar, para que nós tenhamos uma decisão”, explicou Maia.

O presidente do colegiado tenta manter uma boa relação com militares e na pauta de quinta-feira (24/8) está prevista a votação de requerimentos da convocação do segundo-tenente do Exército, Osmar Crivelatti - próximo de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de diversas quebras de sigilo, como do hacker Walter Delgatti Neto e dos citados na oitiva da última quinta-feira: Carla Zambelli;Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente que teria acompanhado o hacker ao Ministério da Defesa para estudar o funcionamento das urnas; e Luis Marcos dos Reis, suspeito de movimentar R$ 3,3 milhões e repassar parte a Mauro Cid.

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