O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, nesta quarta-feira (23/8), o envio de uma mensagem falsa, sobre o processo eleitoral brasileiro, ao empresário Meyer Nigri. O ato de Bolsonaro foi descoberto pela Polícia Federal, que o intimou para explicar a difusão de fake news.
A confirmação foi feita por Bolsonaro em conversa com a Folha de S. Paulo. "Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021], eu sempre fui um defensor do voto impresso", disse.
Além disso, o ex-presidente afirmou que não integrava o grupo para o qual o empresário repassou as mensagens. Bolsonaro ressaltou que "trocava informações" em conversas particulares com os empresários. O político foi intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento no dia 31 de agosto.
Entenda o caso
De acordo com a Polícia Federal, foi encontrado no celular do empresário Meyer Joseph Nigri, dono da empresa Tecnisa, um diálogo com um contato arquivado com o nome de "Bolsonaro 8". A conversa teria ocorrido antes do empresário enviar mensagens de estímulo a um golpe de Estado a um grupo de Whatsapp intitulado "Empresários & Política'. Além de repassar o conteúdo enviado por "Bolsonaro 8" ao grupo de empresários, Joseph Nigri teria retornado a "Bolsonaro 8" e dito que a mensagem foi "repassada a vários grupos".
O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura a participação de empresários em conversas sobre possíveis formas de promover um golpe, arquivou investigações contra os empresários Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Koury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurélio Raymundo e Luiz André Tissot. No entanto, o magistrado concedeu mais dois meses para que a PF investigue Meyer Joseph Nigri e Luciano Hang.
Em relação a Luciano Hang, dono da loja Havan, Moraes afirmou que, de acordo com a PF, há necessidade de extração e análise do material apreendido em seu celular, em razão da ausência do fornecimento das senhas pelo investigado. O ministro informou que a corporação ainda trabalha no processo de identificação das senhas.
Colaboraram Francisco Artur e Renato Souza
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