CONFUSÃO

Senadora cobra Feliciano após confusão em CPMI: 'o diabo é pai da mentira'

Sessão votaria novos blocos de requerimentos de convocações e de quebra de sigilo, mas foi suspensa antes mesmo do início

"A verdade liberta", diz senadora sobre confusão envolvendo Marco Feliciano - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Ândrea Malcher
postado em 22/08/2023 18:31 / atualizado em 22/08/2023 18:32

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), chamou atenção do deputado Marco Feliciano (PL-SP) pela confusão que cancelou a reunião deliberativa do colegiado, nesta terça-feira (22/8). A parlamentar disse que o pastor "partiu para cima" e que ele deve assumir sua responsabilidade pela briga. 

"O diabo é o pai da mentira e a verdade liberta. Marco Feliciano assuma seus atos e diga a todos que quem partiu para cima de uma mulher foi o senhor. Leia Prov. 12:22. O que o incomoda? Deus abomina hipocrisia. O senhor me pediu perdão e depois vai para as redes sociais tripudiar", apontou Gama.

Feliciano também usou as redes sociais para comentar a confusão. Segundo ele, a senadora foi injusta e "apontou o dedo" e que atacou a religão dele. "Tivemos uma reunião do presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), a relatora Eliziane Gama e os membros (do colegiado), para um possível consenso na pauta de deliberação. Eu questionei um requerimento em específico. Pedi a senadora para ser justa. Ela ficou em pé, levantou a voz e apontou o dedo para mim! Questionei se fosse um homem fazendo aquilo", disse. 

"Aí ela se alterou ainda mais e partiu para covardia em atacar minha religião, que por acaso é a mesma dela, e então disse a ela que o pastor fica no púlpito da igreja e que ali ela estava falando com um parlamentar com mandato como o dela. No final, seguindo os ensinamentos bíblicos, nos acertamos e está tudo bem", relatou Feliciano.

Desentendimentos

De acordo com o deputado Arthur Maia, a sessão votaria novos blocos de requerimentos de convocações e de quebra de sigilo, mas foi suspensa antes mesmo do início, às 9h e depois às 11h, devido ao clima pesado entre os membros da comissão. No depoimento da última quinta-feira (17), o hacker Walter Delgatti Neto afirmou que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) mediou um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante a oitiva, outros aliados do ex-chefe do Planalto foram citados, como o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. Somente Eliziane Gama protocolou pelo menos 47 pedidos por quebras de sigilo. Entre os alvos estão o advogado Frederick Wassef e Carla Zambelli.

A quebra de sigilo de Zambelli foi um dos principais motivos de desentendimento entre os parlamentares governistas e de oposição. Como o Correio apurou, pode ser ouvido um bate boca entre Eliziane e Feliciano em uma reunião fechada que acontecia na liderança do PDT. A senadora teria exigido que o deputado a respeitasse e deixasse de "molecagem".

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