O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja desembarcaram, na manhã desta segunda-feira (21/8), na capital da África do Sul, Joanesburgo. A viagem do petista tem o objetivo de participar, entre os dias 22 e 24/8, da 15ª Cúpula do Brics, grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A reunião do Brics será a primeira após a pandemia. Na comitiva brasileira também está a ex-presidente e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff.
Além de Lula, esse encontro vai contar com a partipação dos líderes Cyril Ramaphosa (África do Sul), Xi Jinping (China), e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai participar do evento de forma remota já que há contra ele um mandado de prisão internacional.
Após os dias de reunião, Lula vai a Angola na sexta-feira, onde fará uma visita oficial de dois dias. No domingo, ele participa da cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em São Tomé e Príncipe.
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O que é Brics
Em inglês, a sigla é composta pelas iniciais das cinco nações que participam da cúpula em Joanesburgo nesta sergunda. A primeira vez que citaram semelhanças entre alguns dos países que integram o Brics foi em 2001. À época, essa análise foi definida com o nome 'Bric', ainda sem o "S", da África do Sul (South Africa).
Esse termo foi pontuado pelo economista britânico Jim O’Neill, do Goldman Sachs, intitulado “Building Better Global Economic BRICs” para se referir a Brasil, Rússia, Índia e China – países, até então, considerados os emergentes, com características semelhantes, com alto potencial de chegarem a 50% do Produto Interno Bruto mundial até o ano de 2050, e rivalizar com os países desenvolvidos.
Em 2006, esse conceito fomentou o agrupamento dos quatro países. O objetivo desse grupo era fortalecer as relações e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico entre os países participantes.
Em 2011, durante a III Cúpula do então Bric, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que a partir de então, passou a se chamar Brics.
Brics no cenário geopolítico
A expansão econômica dos países membros dos Brics ao longo dos anos coloca esse grupo entre as principais nações do mundo. Juntos, as economias de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul atingiram US$ 25,9 trilhões em 2022.
A soma do Produto Interno Bruto (PIB) desses cinco países no ano passado representa 25,5% da atividade econômica global. O Brics ainda representa 40,7% da população global. Juntos, os países que integram o grupo têm 7,94 bilhões de pessoas.
Desafios
Diante da importância do Brics na economia mundial e de sua peso nas decisões geopolíticas, o encontro do presidente Lula com lideranças do grupo em Joanesburgo deve gerar debates sobre questões ambientais, de crescimento econômico e principalmente conversas que tratem da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Nas reuniões, segundo o Itamaraty, também devem ser debatidos temas como uma possível a adoção de uma moeda única para em negociações financeiras e a adesão de novos países ao Brics.
Ainda de acordo com o Itamaraty, 22 países já manifestaram formalmente interesse em integrar o grupo. Os critérios e princípios para a entrada de novos integrantes no bloco será um dos assuntos a serem debatidos durante a reunião de cúpula.
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