Em meio à investigação da Polícia Federal (PF) sobre o caso da venda ilegal de joias presenteadas por governos estrangeiros e desviadas do acervo da União, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que voltou dos Estados Unidos ao Brasil mesmo sabendo dos "riscos que corre em solo brasileiro". Para ele, não se pode "ceder" diante dos riscos e por isso deixou o país norte-americano.
“Estive três meses nos Estados Unidos, no estado da Flórida, realmente um estado fantástico. Mas apesar de ter sido acolhido muito bem, não existe terra igual a nossa. Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder”, disse o ex-presidente durante a estadia em Goiânia, cidade em que esteve nesta sexta-feira (18/8) para receber o título de cidadão honorário.
Na quinta-feira (17/8), o ministro Alexandre de Moraes autorizou a quebra de sigilos fiscais e bancários de Bolsonaro e da mulher, Michelle. Em entrevista ao Correio, o ex-presidente admitiu que a situação "incomoda", mas disse "não ter problema". Sobre a possibilidade de prisão, ele afirma que "está sob pressão".
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Um dos alvos da operação da Polícia Federal, que investiga o esquema de venda das joias, é o tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (PL). Ele está preso há três meses no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, e é investigado em diversos casos que envolvem o nome do ex-presidente — como as joias sauditas, falsificação dos cartões de vacinação e o plano golpista para anular o resultado das eleições de 2022.
Na quinta-feira (17/7), o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, levantou a possibilidade, em entrevista à Revista Veja, do tenente-coronel confessar participação no esquema de venda de joias e presentes no exterior, apontando Jair Bolsonaro como mandante dos crimes. No entanto, na sexta-feira (18/8) o advogado voltou atrás e negou a informação. Durante entrevista a Globo News, Bittencourt disse que houve um equívoco. "Houve má-fé, em primeiro lugar, que o Cid vai dedurar o Bolsonaro," afirmou o advogado.
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