O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou com o Correio na manhã desta sexta-feira (18/8) e comentou sobre a quebra de sigilo bancário autorizada na noite de ontem, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Hoje, ele saiu cedo de sua casa, no Condomínio Solar, em Brasília, em direção a Goiânia. No meio do caminho, parou em uma padaria de Abadiânia para tomar café da manhã.
Não demorou muito para que a comunidade começasse a perceber a movimentação e pedir fotos com o político, que atendeu aos pedidos. Cerca de 30 pessoas formavam rodas ao redor do ex-presidente para conversar e fazer um registro da visita. Uma das pessoas no local pergunta se ele será candidato à eleição presidencial em 2026 e ele responde: “Não sei, ainda estou inelegível, mas até lá pode mudar”.
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“Ele é o cara” falava um dos apoiadores, “meu maior prazer é conhecer o senhor” dizia o outro. Mães com crianças pediam por registro pelo ex-presidente, que atendeu a todos no local por mais de 40 minutos. De acordo com Bolsonaro, ele segue para Goiânia para almoço, consultas médicas e depois receberá uma homenagem na Assembleia Legislativa.
Quebra de sigilo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou ontem que a Polícia Federal realize a quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A decisão foi tomada no âmbito da investigação que apura o transporte e venda de joias recebidas pela Presidência, de acordo com fontes na corporação ouvidas pelo Correio.
O ministro autorizou, também, que a PF solicite cooperação com os Estados Unidos para ter acesso aos dados fiscais e bancários de Bolsonaro, da ex-primeira-dama e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
As pedras preciosas recebidas como presente à Presidência foram levadas para o exterior e comercializadas em solo norte-americano. As investigações apontam que Michelle e o então presidente seriam beneficiários de recursos obtidos com as negociações. O material foi devolvido posteriormente, por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
As diligências apuram lavagem de dinheiro e descaminho, pois os pertences deveriam ser incluídos no acervo presidencial.
(colaborou Renato Souza)
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