O hacker Walter Delgatti Neto afirmou, durante depoimento à CPMI do 8 de janeiro, que a deputada Carla Zambelli (PL/SP) atuava como mediadora dos interesses do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com Walter, a parlamentar mandou ele invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e fez a ponte entre conversas com Bolsonaro.
Ao ser questionado pelo deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ) sobre a relação com Zambelli, o hacker negou que a deputada fazia mediações sem o conhecimento de Bolsonaro e afirmou que ela "em certo sentido, era uma intermediadora dos interesses de Bolsonaro" para fazer chegar até Walter.
De acordo com Walter, o primeiro contato com o governo anterior foi realizado por meio de Zambelli, quando eles se encontraram, por acaso, em julho de 2022, em um hotel em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Na ocasião, os dois tiraram uma foto juntos e a parlamentar publicou o registro nas redes sociais, quando escreveu “em breve, novidades”.
“Eu fui buscar um amigo meu no hotel, de repente vi a Zambelli e pedi para tirar uma foto com ela. Eu me apresentei e, conversando com ela, me passou o telefone dela, anotou o meu e, posteriormente, me chamou no WhatsApp”, disse Walter. Esse, segundo o hacker, foi o primeiro contato com a deputada e, depois disso, ele foi chamado para prestar serviço ao gabinete de Zambelli, em trabalho relacionado às redes sociais.
Por esse serviço, Walter recebeu R$ 3 mil e chegou a frequentar a casa de Zambelli. Em seguida, o trabalho nas plataformas digitais da deputada foi interrompido e, pouco mais de 10 dias depois, ocorreu a primeira reunião do hacker com lideranças da direita, na sede do Partido Liberal e, então, começaram as conversas com o ex-presidente.
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