Atos antidemocráticos

CPMI de 8/1: fotógrafo se defende e diz que só estava trabalhando

Adriano Machado, da agência de notícias Reuters, foi convocado pelo colegiado por aparecer em imagens em que estaria confraternizando com manifestantes durante invasão do Palácio do Planalto

"Estou comprometido em trabalhar com integridade, independência e isenção de viés", afirmou o fotojornalista - (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Ândrea Malcher
postado em 15/08/2023 14:28 / atualizado em 15/08/2023 14:31

O fotógrafo da agência de notícias Reuters, Adriano Machado, sustentou durante a reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o 8 de janeiro, desta terca-feira (15/8), que trabalhava de maneira “neutra” e “com integridade” na ocasião dos atos golpistas contra as sedes dos Três Poderes.

“Estou comprometido em fornecer a cobertura de notícias de forma imparcial e confiável, para o benefício de todos os clientes em todo o mundo. Além disso, estou comprometido em trabalhar com integridade, independência e isenção de viés”, afirmou o fotojornalista.

“Somos instruídos e requeridos a trabalhar sem nenhum viés político, exercendo o nosso trabalho com o interesse público em mente. Como parte do meu trabalho, em razão da exposição de situações potencialmente perigosas e instáveis, eu sou devidamente treinado para agir em situações de alta pressão e estresse. Como fotojornalista, o meu dever é reportar os fatos conforme ocorrem, especialmente momentos históricos e relevantes”, continuou.

Xingado por bolsonaristas

O fotógrafo afirmou ainda que tanto a agência de notícias quanto seus colegas o apoiaram e que a empresa “descreveu minhas fotografias como imparciais e de interesse público”. “Também recebi apoio de diferentes órgãos de imprensa e de muitas associações que apoiam a liberdade de imprensa. Tenho muito orgulho do trabalho que eu faço”, reforçou.

“Em 8 de janeiro, eu estava trabalhando para a agência internacional de notícias Reuters. Eu estava de plantão naquele final de semana para acompanhar as manifestações que estavam ocorrendo em Brasília. Meu trabalho era cobrir as movimentações relevantes que ocorreram no dia 8 de janeiro, para que as minhas fotografias fossem publicadas. As movimentações pela manhã estavam calmas. Monitorei as atividades pela manhã e encontrei minha família para almoçar”, explicou Adriano, que contou que cobriu as manifestações daquela tarde identificado como membro da imprensa, tal qual colegas de outros veículos de comunicação.

Machado disse também que, durante a cobertura dos vandalismos daquele dia, foi xingado, questionado e ordenado pelos bolsonaristas a deixar o Palácio do Planalto. “Infelizmente, nos últimos meses, tenho visto notícias circulando com informações incorretas acerca do meu trabalho e do que realmente aconteceu naquele dia. Eu gostaria de enfatizar que eu exerci meu trabalho corretamente, com integridade, independência e isenção de viés. Eu não fiz nada de irregular, e as imagens divulgadas deixam claro que eu estava somente trabalhando e tirando fotos.”

Adriano Machado foi convocado para comparecer à CPMI devido às imagens de câmeras de segurança em que aparece supostamente simpático aos manifestantes durante a invasão do Palácio do Planalto.

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