Congresso

Arthur Maia: CPMI do 8/1 não irá investigar caso de joias de Bolsonaro

O presidente do colegiado afirmou, ainda, que não tem a intenção de prolongar os trabalhos da comissão

Arthur Maia (PP-AL) disse não ver relação entre os atos antidemocráticos e a venda de joias por assessores do ex-presidente da República -  (crédito: Lula Marques/ Ag..ncia Brasil)
Arthur Maia (PP-AL) disse não ver relação entre os atos antidemocráticos e a venda de joias por assessores do ex-presidente da República - (crédito: Lula Marques/ Ag..ncia Brasil)
Ândrea Malcher
postado em 15/08/2023 13:40

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro, Arthur Maia (União-BA), abriu a reunião desta terça-feira (15/8) reafirmando que o colegiado não irá se debruçar sobre o caso das joias da Presidência negociadas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) pedia pela quebra dos sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico do ex-presidente Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle, de Osmar Crivelatti, do advogado Frederick Wassef, além de solicitar a convocação de Bolsonaro e Michelle.

“Nós sabemos que esses fatos têm conexão com o dia 8 de janeiro por, pelo menos, duas razões, senhor presidente. Primeiro, para a tentativa de golpe, para tentar fazer com que os seus crimes fossem anistiados, os seus crimes restassem impunes e também, com a venda dessas joias, não descartamos que foi utilizado recurso para financiar esses atos antidemocráticos”, declarou Duarte Jr.

Maia respondeu afirmando que a “maneira mais fácil e mais demagógica de nós desmoralizarmos esse trabalho que estamos fazendo é querer apurar tudo, para, ao fim e ao cabo, não apurarmos absolutamente nada”.

“Ouvi dizer, pela imprensa, que há uma lista de deputados, com um número considerável de assinaturas de parlamentares, querendo abrir uma CPI para tratar da questão das joias que eventualmente teriam sido dadas ao casal Bolsonaro. Se a CPMI for criada com esse propósito, ela vai cuidar dessa questão das joias. Eu não consigo enxergar nenhum nexo de causalidade nem de relação com o que aconteceu no dia 8 de janeiro e com um presente que eventualmente - não estou dizendo que isso aconteceu - o presidente teria recebido e que, ao invés de declarar, tomou como pessoal”, comentou o presidente do colegiado. “Eu não vou entrar nisso, porque isso não tem nada a ver com o 8 de janeiro. Não contem comigo para esse tipo de coisa. Eu sou uma pessoa muito ponderada. Eu não estou aqui pra defender o presidente Bolsonaro, não estou aqui pra defender o governo. Eu estou aqui pra cumprir um papel de esclarecer para o povo brasileiro e comandar esse trabalho, para que, juntos, possamos esclarecer ao povo brasileiro o que aconteceu no dia 8 de janeiro", disse. 

O parlamentar confirmou, ainda, que não pretende prorrogar os trabalhos da CPMI. “Se deputados e senadores conseguirem o número suficiente de assinaturas na Câmara dos Deputados e no Senado para prorrogar a CPMI, cumpre a mim, como presidente, aceitar essa determinação do Congresso Nacional e continuar os nossos trabalhos até a data que for determinada."

“Agora, eu repito: cumprirei o nosso trabalho dentro dos limites da lei. Não me venham com provocação pra chegar aqui no meu ouvido, como chegou agora o Senador Magno Malta, pra dizer que o ministro da Justiça está desmoralizando a presidência da Comissão. Desculpe-me, Senador. Eu não me deixo levar por esse tipo de argumentação”, alertou Maia.

  

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