Articulação

Lula afirma que tem "obrigação" de manter diálogo com Arthur Lira

O presidente destacou, nesta segunda-feira (14/8) durante o Conversa com o presidente, que o PT e a esquerda não garantem votos no Congresso que possibilitem a governabilidade

Lula:
Lula: "O dado concreto é que o PT tem 70 votos. A esquerda tem 136 votos. Para aprovar alguma coisa precisa ter 257 votos. Significa que você precisa conversar" - (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
Ândrea Malcher
postado em 14/08/2023 12:37 / atualizado em 14/08/2023 12:40

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou novamente, nesta segunda-feira (14/8) durante a live semanal Conversa com o presidente, que precisa manter o diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), porque o PT sozinho não tem votos no Congresso que garantam governabilidade.

Lira foi vaiado durante a cerimônia de lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio de Janeiro. “Eu sempre achei que a vaia e o aplauso fazem parte do mesmo dicionário. O povo pode gostar e aplaudir, pode não gostar e vaiar. Acontece que ali era uma festa convocada pelo governo, ninguém estava ali de graça. O governo convocou as pessoas, o governo espera que os convidados dos
outros respeitem as pessoas que foram convidadas. As pessoas têm que compreender que política você faz assim.”

"Vai para a rua fazer o quê?"

“O dado concreto é que o PT tem 70 votos. A esquerda tem 136 votos. Para aprovar alguma coisa precisa ter 257 votos. Significa que você precisa conversar", disse Lula. “Tem gente que fala: 'vai para a rua!' [cobrança de alas da esquerda para que manifestações de rua pressionem o Congresso]. Vai para a rua fazer o quê? Tem que conversar com quem tem voto. Quem é que vai votar? São os partidos políticos que ganharam".

Segundo o petista, é uma “obrigação” conversar com o Lira. "Ele é presidente da Câmara. Os deputados não são obrigados a acatar uma medida provisória que o governo manda ou um projeto de lei sem mudar nada", declarou Lula. "É normal que os deputados não sejam obrigados a concordar com o governo e queiram mudança, então você discute a mudança. É assim que se faz política."

Lula, enquanto cumpre uma corrida agenda de viagens, como a de terça (15) para o Paraguai para a posse do presidente eleito do país, Santiago Peña, ganha tempo para decidir onde irá acomodar os dois nomes do Centrão já certos para compor o governo: André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).

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