DIREITOS HUMANOS

OEA cria grupo de trabalho para companhar caso de Dom e Bruno

Comissão da Organização dos Estados Americanos cria grupo para acompanhar as ações do governo brasileiro a respeito dos assassinatos do jornalista e do indigenista na Amazônia, em junho do ano passado

Correio Braziliense
postado em 14/08/2023 03:55
Parentes de Dom e Bruno pedem a punição dos assassinos: investigação foca em mandantes       -  (crédito:  AFP)
Parentes de Dom e Bruno pedem a punição dos assassinos: investigação foca em mandantes - (crédito: AFP)

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), criou um grupo de trabalho para acompanhar de perto as medidas do governo brasileiro a respeito dos assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, mortos em 5 de junho de 2022 no Vale do Javari, área de reserva indígena perto da fronteira que o estado do Amazonas faz com o Peru.

O grupo foi montado na sexta-feira, atendendo a uma deliberação da reunião que a CIDH fez em 31 de julho. Um dos objetivos do colegiado é acompanhar e contribuir no cumprimento de medidas cautelares que a comissão pediu ao governo brasileiro para assegurar a vida e a integridade física de membros da União dos Povos Indígenas do Vale de Javari (Univaja).

De acordo com o que foi divulgado pela OEA na última sexta-feira, a mesa de trabalho terá três frentes de atuação: sessões de trabalho, monitoramento da CIDH e a criação de um Grupo de Articulação e Coordenação Nacional. Os trabalhos têm previsão de durarem dois anos.

Investigação

Mais de um ano depois do crime que assassinou Bruno Pereira e Dom Phillips, a Justiça brasileira ainda não tem respostas contundentes sobre quem são os mandantes do crime. A Polícia Federal suspeita que o mentor do crime seja Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia", suposto operador de um esquema de extração ilegal e venda de peixes da região. A corporação também crê que ele esteja envolvido com o tráfico internacional de drogas na Amazônia.

Os dois acusados de serem os autores dos disparos que mataram o jornalista e o indigenista, Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", e Jefferson Lima da Silva, o "Pelado da Dinha", eram fornecedores de "Colômbia". De acordo com as investigações da PF, as munições usadas nos crimes teriam sido fornecidas pelo suposto mandante aos dois executores. "Colômbia" também pagou pelos serviços do advogado de "Pelado".

Os três estão presos. Amarildo e Jefferson estão presos preventivamente pela suspeita de terem sido os executores do crime. Já "Colômbia" foi preso em dezembro por descumprir medidas cautelares da liberdade condicional de outro caso ao qual responde.

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