MOVIMENTO SOCIAL

Ricardo Salles ofende assentado do MST: "Vai trabalhar, vagabundo"

Deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro (PL), Salles visitou acampamento em diligências da CPI do MST

Estado de Minas
postado em 13/08/2023 14:42 / atualizado em 14/08/2023 11:30
Ricardo Salles ofende assentado do MST: "Vai trabalhar, vagabundo"  -  (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Ricardo Salles ofende assentado do MST: "Vai trabalhar, vagabundo" - (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL), esteve em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para diligências da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o grupo. Relator do colegiado, o parlamentar ofendeu um dos assentados: "Vai trabalhar, vagabundo", disse.

Na sexta-feira (11/8), Salles e o presidente da CPI do MST, Coronel Zucco (Republicanos-RS), passaram pelo assentamento São José em Atalaia, em Alagoas, a pedido do deputado Fábio Costa (PP-AL). O movimento foi aprovado pela comissão.


A visita de Salles e Zucco ao acampamento em Alagoas foi criticada pelo MST, que em nota classificou os parlamentares como "desqualificados" para a condução de uma Comissão e afirmou que houve um descumprimento da rota aprovada pela Câmara. O MST também acusa os deputados de intimidar as famílias assentadas.

O movimento ainda afirma que os parlamentares impediram o acompanhamento da visita por jornalistas e parte da comunidade. "A narrativa dos deputados bolsonaristas busca em vários momentos responsabilizar os limites estruturais à organização dos camponeses, numa tentativa de se distanciar de suas responsabilidades como parlamentares", finaliza a nota.

A visita ocorre em um momento em que a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece perder o controle da CPI. Segundo Salles, a comissão pode acabar sem aprovar um relatório final. 

Na última semana a comissão iria escutar o ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), mas o homem forte do governo Lula teve a convocação anulada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Após o episódio, o bloco do "Centrão" fez movimentos para alterar a composição do colegiado e dar maioria à base governista.

Apesar do imbróglio, a CPI continua fazendo suas diligências e visitando assentamentos do MST, ao passo em que se aproxima o prazo final do colegiado, em setembro.

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