O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (11/8) que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é adversário político do Partido dos Trabalhadores desde a fundação da sigla, mas que precisa dele para votar projetos do governo na Casa. A declaração ocorreu durante lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ao lado do parlamentar.
"Lira é nosso adversário político desde que o PT foi fundado, ele é nosso adversário e vai continuar sendo adversário. Nós temos momento de campanha em que nós vamos nos xingar, falar mal um do outro", apontou.
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"Mas quando termina a eleição e cada um assume seu posto, ele não está aqui como Arthur Lira. Ele está aqui como presidente de uma instituição a qual o Poder Executivo precisa mais dela do que ela do Poder Executivo", completou.
"Não é o Lira que precisa de mim. Eu é que mando os projetos feitos pelos ministros, pela sociedade. Eu é que preciso dele para colocar em votação", disse.
"É como nós, dirigentes sindicais. A gente passa a semana inteira na porta da fábrica xingando o patrão, mas quando a gente senta para conversar com ele, a gente senta de forma civilizada e a gente quer que ele atenda nossa reivindicação. É esse comportamento que nós temos que ter para poder consolidar o processo democrático nesse país. É a convivência democrática na adversidade", finalizou sendo ovacionado pela plateia.
O petista ainda repreendeu membros da plateia que vaiaram a presença de Lira e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
Relação com o Congresso
Lula, que seguiu agenda em Belém desde o começo da semana e desembarcou no Rio na quarta-feira (9), é aguardado em Brasília para tocar a reforma ministerial. Após pressão do Centrão, os deputados André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara, e Silvio Costa Filho (PE), do Republicanos, serão nomeados ministros. No entanto, as pastas ainda não foram decididas.
Ontem, em ato no local de obras do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa Tech), no Porto Maravilha (RJ), Lula também defendeu os parlamentares do Congresso e disse querer governar conversando com o Legislativo.
"Quem está na Presidência não pode ter ressentimento. Quero governar conversando com o Congresso. Tem gente que acha que o Congresso só tem gente que não presta. Não. O Congresso é a cara da sociedade brasileira. No dia da eleição o povo votou nessa gente e, se o povo votou, eu tenho que lidar com eles, conversar com senador, deputado eleito. Saibam que vamos conversar muito porque quem precisa de vocês não sou eu. É o povo brasileiro", concluiu, se referindo aos parlamentares presentes.
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