O governador Romeu Zema (Novo) comentou sobre a repercussão gerada pelas falas dele sobre o Nordeste em entrevista publicada no último sábado (5/8) n’O Estado de S. Paulo. Durante visita a Poços de Caldas, no Sul de Minas, na quarta-feira (9/8), ele manteve o discurso, fez críticas sobre o título da matéria do jornal paulistano e ainda emendou indiretas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
"Nós temos de lembrar que, quem leu a minha matéria, entendeu muito bem o que eu quis dizer, está lá a minha matéria. Acho que nós tivemos uma manchete muito infeliz por parte do jornal. Da mesma maneira que outras regiões, nós queremos que os interesses de Minas, do Sudeste, do Sul, sejam atendidos. O que nós queremos é o que o Nordeste já fez. Não tem associação de municípios aqui na região? Não pode ter associação de estados? Por que em algumas regiões pode ter e em outras regiões não podem ter?", afirmou Zema.
O governador mineiro ficou sob os holofotes desde o fim de semana pela repercussão, majoritariamente negativa, de trechos da entrevista em que trata sobre o que considera uma discrepância de representatividade política e acesso ao orçamento por estados do Sul e Sudeste em relação ao Norte e Nordeste.
"Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade...Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década", disse Zema em trecho da entrevista ao Estado de S. Paulo.
Não foi a primeira vez que Zema comprou briga com outras regiões ao tratar sobre uma pretensa negligência aos estados do Sul e Sudeste, regiões mais ricas do país. A repercussão foi ampla na classe política, incluindo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O senador chegou a dizer que as falas do conterrâneo mereceriam um pedido de desculpas aos nordestinos. Questionado sobre a possibilidade de tentar se redimir, o governador foi categórico.
"Eu estou com a minha consciência limpa e gosto muito de trabalhar e me parece que nós temos muita gente preocupada no Brasil em criar polêmica e preocupar com a próxima eleição. Eu estou preocupado é com realização. Onde tem gestão tem realização. Eu estou aqui trabalhando e tem gente aí fazendo intriga", disse, retrucando o senador.
Zema esteve no Sul de Minas para a assinatura de um protocolo de intenções com a empresa australiana Meteoric Resources NL para a extração de terras raras, conjunto de metais com aplicação industrial e energéticas.
Possível encontro com nordestinos
A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta semana pode render a manutenção do embate entre Zema e nordestinos no noticiário por mais alguns dias. Nesta sexta-feira (11/8), o petista estará na cerimônia de lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio de Janeiro em evento para o qual todos os 27 governadores do país foram convidados.
Cabe aos governadores indicar 300 das 2 mil obras previstas no programa. Até o momento, 19 gestores estaduais já confirmaram presença, Zema não é um deles. Questionada sobre a ida do governador mineiro à capital fluminense, a assessoria do estado disse que a agenda é atualizada diariamente no site do governo. Não há informações para sexta-feira.
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