DEPOIMENTO

Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques passa mal durante depoimento à PF

Acusado de tentar inferir nas eleições de 2022, ele é alvo de um inquérito que apurar barreiras policiais no Nordeste

Renato Souza
postado em 10/08/2023 18:27 / atualizado em 10/08/2023 18:37
Silvinei foi ouvido ao longo da tarde sobre a acusação de que tentou interferir no resultado das eleições de 2022 -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Silvinei foi ouvido ao longo da tarde sobre a acusação de que tentou interferir no resultado das eleições de 2022 - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques teve um mal estar durante depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta quinta-feira (10), em Brasília. De acordo com fontes na corporação consultadas pela reportagem, ele teve um quadro de pressão alta e foi atendido pelos bombeiros civis que atuam no prédio.

Silvinei foi ouvido ao longo da tarde sobre a acusação de que tentou interferir no resultado das eleições de 2022. A oitiva ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele foi preso na quarta-feira (9/8) em Santa Catarina e passou a noite na Superintendência da PF no Setor Policial Sul, em Brasília. No começo da tarde foi levado para a sede da corporação. Ele cumpre ordem de prisão preventiva, solicitada ao Supremo pelos investigadores.

Silvinei foi alvo da operação Constituição Cidadã, que investiga uma suposta interferência da PRF nas eleições gerais. Sobre ele, pesam graves acusações de ter tentado alterar o resultado do pleito tentando impedir, por meio de blitzes no Nordeste, que eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegassem aos locais de votação.

As investigações começaram após eleitores denunciarem um aumento de operação no dia 30 de outubro do ano passado, quando ocorreu o segundo turno das eleições gerais. Na ocasião, vídeos e fotos de barreiras montadas pela corporação em redutos eleitorais de Lula correram a internet e geraram reações de diversos políticos eleitos ou que estavam se candidatando. Na época, ele chegou a ser chamado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, para se explicar.

Houve a especulação de que ele poderia ser preso no mesmo dia. Moraes determinou, na ocasião, a interrupção das blitzes e minimizou os efeitos, afirmando que os dados eleitorais mostraram que não houve aumento de abstenção entre os eleitores de todo o país.

No entanto, nos últimos meses, a PF identificou diversas mensagens, trocadas em outubro entre Silvinei e outros integrantes da PRF, além de documentos e reuniões que corroboram com a tese de que foi montado um esquema para tentar impedir o direito ao voto e interferir no resultado das eleições gerais.

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