Meio ambiente

Cúpula da Amazônia começa após 14 anos desde último encontro da OTCA

Presidente Lula afirmou, nesta terça-feira (8/8), que reunião tem três "grandes propósitos": nova visão de desenvolvimento sustentável, fortalecimento da OTCA e da soberania dos países amazônicos nos debates ambientais e de mudança do clima

Ândrea Malcher — Enviada Especial
postado em 08/08/2023 11:35 / atualizado em 08/08/2023 11:38
Cúpula da Amazônia reúne os chefes de Estado dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica  -  (crédito: Raimundo Paccó/Esp. CB)
Cúpula da Amazônia reúne os chefes de Estado dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - (crédito: Raimundo Paccó/Esp. CB)

Belém — Começa no Pará, nesta terça-feira (8/8), a Cúpula da Amazônia, encontro que reúne os chefes de Estado dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), após 14 anos desde o último encontro do grupo. 

“Desde que o Tratado de Cooperação da Amazônia foi assinado, em 1978, os chefes de Estado só se encontraram três vezes: em 1989, 1992 e 2009. Todas elas em Manaus”, declarou Lula. “Há 14 anos que não nos reuníamos. É a primeira vez que o fazemos aqui no Pará e a primeira vez num contexto de severo agravamento da crise climática”, completou.

Lula está acompanhado dos ministros Jader Filho (Cidades), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Marcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Silvio Almeida (Direitos Humanos); além do governador do Pará, Helder Barbalho; do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues; e da primeira-dama Rosangela da Silva, a Janja.

O presidente elencou três “grandes propósitos” da reunião: uma nova visão de desenvolvimento sustentável, “o fomento à ciência, tecnologia e inovação; o estímulo à economia local; o combate ao crime internacional; e a valorização dos povos indígenas e comunidades tradicionais e seus conhecimentos ancestrais”.

“Em segundo lugar, estão as medidas para o fortalecimento da OTCA. A OTCA é um legado construído ao longo de quase meio século e representa o único bloco do mundo que nasceu com uma missão socioambiental. Ampliando e aprofundando nossas iniciativas de cooperação, coordenação e integração entre os membros da OTCA, poderemos assegurar que nossa visão de desenvolvimento sustentável terá vida longa e amplo alcance”, pontuou Lula.

“Finalmente, fortaleceremos o lugar dos países detentores das florestas tropicais na agenda global, em temas que vão do enfrentamento à mudança do clima à reforma do sistema financeiro internacional”, completou o presidente.

Nesta primeira reunião da Cúpula, seis porta-vozes trazem as demandas debatidas durante as seis plenárias principais do Diálogos Amazônicos, evento com a sociedade civil que antecedeu o encontro entre os países da OTCA.

São eles:

  • Manuela Salomé Villafuerte Merino, do Equador, abordando a participação e a proteção de territórios, dos ativistas, da sociedade civil e dos povos das florestas e das águas no desenvolvimento sustentável da Amazônia, e erradicação do trabalho escravo no território;
  • Pablo Neri, do Brasil, tratando de saúde, soberania e segurança alimentar e nutricional na região amazônica: ações emergenciais e políticas estruturantes;
  • Pablo Solón, da Bolívia, sobre como pensar a Amazônia para o futuro a partir da ciência, tecnologia, inovação e pesquisa acadêmica e transição energética;
  • Ruth Consuelo Chaparro, da Colômbia, mudança do clima, agroecologia e as sociobioeconomias da Amazônia: manejo sustentável e os novos modelos de produção para o desenvolvimento regional;
  • Marciely Tupari, do Brasil, os povos indígenas das Amazônias: um novo projeto inclusivo para a região; e
  • Eslin Mata Landaeta, da Venezuela, falando sobre as Amazônias negras.

Os chefes de Estado e representantes da Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela e Guiana, além do próprio Lula, terão 20 minutos para fazerem suas considerações. Os chanceleres do Equador e Suriname contarão com 10 minutos cada.

Da Cúpula, sairá a Declaração de Belém, uma carta de intenções nos mais diversos temas dentro do desenvolvimento sustentável e proteção ambiental.

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