SÃO PAULO

Depoimento de Carla Zambelli à PF, que ocorreria nesta segunda, é adiado

Defesa da congressista alega não ter tido acesso ao processo. Ela é acusada de envolvimento com hacker

Renato Souza
postado em 07/08/2023 14:42 / atualizado em 07/08/2023 14:42
A defesa da parlamentar já havia alegado que ela não falaria caso não tivesse acesso ao processo.

 -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
A defesa da parlamentar já havia alegado que ela não falaria caso não tivesse acesso ao processo. - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

A Polícia Federal (PF) adiou o depoimento da deputada Carla Zambelli, que estava previsto para ocorrer nesta segunda-feira (7/8), em São Paulo. A defesa da parlamentar já tinha adiantado que ela não falaria, caso não tivesse acesso ao processo.

A decisão da corporação foi para que a defesa da congressista tenha acesso aos autos - e, desta maneira, não possa alegar que a cliente ficou calada por desconhecer as acusações. A oitiva deve ocorrer em uma investigação que corre sobre o hacker Walter Delgatti Neto, acusado de invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Tanto Zambelli quanto Delgati foram alvos de uma operação que investiga crimes em decorrência da invasão dos servidores do órgão. A parlamentar é acusada de pagar Delgatti para invadir os sistemas do CNJ e incluir uma ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Banco Nacional de Mandados de Prisão. O suspeito teria tentado invadir contas pessoais do magistrado nas redes sociais, além do e-mail utilizado pelo ministro.

O pagamento teria ocorrido por meio de assessores. Zambelli afirma que a contratação foi para que o acusado cuidasse do site e das redes sociais dela. A congressista e o hacker foram alvos da operação 3FA. Foram cumpridos, na última sexta-feira (4), dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva no estado de São Paulo e três mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, além de análise do material apreendido.

A PF aponta que os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor de Moraes.

Além das ações de busca e apreensão e da prisão, o ministro determinou a quebra de sigilo bancário da deputada e do hacker. A decisão também atinge os assessores Renan Cesar Silva Goulart e Jean Hernani Guimarães, e também a empresa Delgatti Desenvolvimento de Sistemas.

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