O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu às ameaças de morte das quais tem sido alvo e que estão sob investigação da Polícia Federal. O petista enfatizou não ter medo e afirmou que "cachorro que late não morde"
"Vocês vão ter a notícia de que a Polícia Federal prendeu um cidadão em Santarém (PA) que disse que ia me matar hoje (nesta sexta-feira) quando eu chegasse lá. Ele está preso. Há boatos de que em Belém também tem um cidadão que disse que ia me matar. Se eu tivesse medo, eu não tinha nascido. Se tivesse medo, eu não era presidente da República", frisou, sob aplausos, no evento do programa Luz para Todos, em Parintins (AM).
Lula ressaltou ter aprendido com a mãe a "não ter medo de cara feia". "Cachorro que late não morde. Portanto, vou fazer deste um país civilizado, um país em que as pessoa levantem de manhã sorrindo e possam cumprimentar o vizinho sorrindo, as crianças na mesa com pão, café, queijo e o que mais quiserem", destacou.
O chefe do Executivo também reclamou do esquema de segurança, com veículos blindados e vidros escurecidos, alegando que, por conta disso, não conseguiu cumprimentar apoiadores durante o trajeto entre o aeroporto e o local do evento.
Ele relatou que, no carro, se sentiu "como se estivesse dentro de um presídio". E pediu desculpas aos apoiadores, lembrando ter recebido 83% dos votos de Parintins na última eleição.
"Havia 20 anos que eu não vinha aqui. Eu desço no aeroporto, me colocam dentro de um carro blindado, vidro fumê, tinha insulfilm. Não consigo ver ninguém, e ninguém consegue me ver", contou. "Mulheres, homens e crianças na rua, fazendo um sacrifício enorme para olhar, enxergar a gente. E eu dentro de um carro como se estivesse dentro de um presídio. Então, quero pedir desculpas de coração. Isso não se repetirá."
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Operação
Um dos suspeitos de ameaçar Lula foi alvo de operação da Polícia Federal, nesta sexta-feira, em Belém. Agentes cumpriram mandado de busca e apreensão para "angariar mais elementos de convicção acerca do cometimento de crimes e evitar a possibilidade de atentado ao presidente, posto que o suspeito atua profissionalmente como vigilante e possui porte de arma de fogo", informou a corporação. O suspeito teria propagado, por meio das redes sociais, imagens ameaçadoras de ataques ao presidente.
Na quinta-feira, em Santarém, a PF prendeu, em flagrante, um fazendeiro que ameaçou "dar um tiro na barriga" de Lula. Uma testemunha acionou a polícia informando que o homem estava em um bar e afirmava que atentaria contra a vida do presidente. Na cidade, Lula participará da Cúpula da Amazônia, iniciada nesta sexta-feira.
"Segundo o próprio homem, ele teria participado das manifestações em frente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção, situado na cidade de Santarém, durante 60 dias ininterruptos e que, inclusive, financiou a manifestação com R$ 1.000,00 todos os dias",diz comunicado da PF.
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