Reforma ministerial

PSDB não vai compor governo "em cargo nenhum e sob nenhum pretexto"

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (2/8), sigla afirma que o "atual governo do PT não tem promovido ações consistentes de reconciliação nacional, talvez porque, em sua essência, não queira, não saiba ou não consiga fazê-lo"

Ândrea Malcher
postado em 02/08/2023 18:20 / atualizado em 02/08/2023 18:22
Lula estuda reforma ministerial para maior apoio no Congresso -  (crédito: Reprodução/TV)
Lula estuda reforma ministerial para maior apoio no Congresso - (crédito: Reprodução/TV)

O PSDB anunciou, nesta quarta-feira (2/8), que não vai compor o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “em cargo nenhum e sob nenhum pretexto”. Em um comunicado, o partido argumenta que respeita o presidente e quer um país melhor. Portanto, atuarão como “ oposição consequente, que reconhece que não era mais possível continuar como estávamos, mas que também sabe que o país ainda não tem um caminho claro, seguro e sereno de futuro”.

“O atual governo do PT não tem promovido ações consistentes de reconciliação nacional, talvez porque, em sua essência, não queira, não saiba ou não consiga fazê-lo. Esta é uma das muitas divergências que temos com o PT e o que ele representa”, diz a nota.

A sigla afirma ser diferente na forma em que faz oposição e aproveitou para relembrar posturas que o PT adotou em ocasiões passadas. “O PT votou contra a Constituição de 1988. O PT foi contra o Plano Real. Atacaram ferozmente a lei de responsabilidade fiscal. Fizeram campanha irresponsável pelo impeachment do FHC por mera disputa política e eleitoral”.

O PSDB ressaltou que não se colocará contra propostas “quando o melhor para o país estiver em jogo” e antecipou que se prepara para retornar com um candidato à presidência em 2026. “Trabalharemos para corrigir e aperfeiçoar os projetos que o governo apresentar, como foi o caso da Reforma Tributária, que só parou em pé após a atuação firme dos governadores. E não deixaremos de denunciar com afinco este governo quando for preciso, como nas estapafúrdias tentativas de se aliar a ditadores e relativizar a democracia”.

“O PSDB entende o desejo de um governo querer ter nossos quadros. Realmente temos políticos e gestores públicos altamente reconhecidos por sua eficiência. Mas este desejo não irá se realizar. Somos oposição. E continuaremos sendo”, finaliza o comunicado.

Segundo o jornal Estadão, o presidente tinha a intenção de dar à federação PSDB-Cidadania um lugar na Esplanada, tentando engordar a base no Congresso. A estratégia isolaria, ainda, o PL antes das eleições de 2024 e de 2026.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação