O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quarta-feira (2/8) a expansão do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com a inclusão da Arábia Saudita, assim como a de outros países como Emirados Árabes Unidos e Argentina. A declaração ocorreu durante café da manhã com jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto.
"Eu acho extremamente importante a Arábia Saudita entrar no Brics. Acho extremamente importante os Emirados Árabes, se quiser entrar no Brics, entrar no Brics, [também] a Argentina", afirmou.
O petista disse ainda que o G7 é um "clube" que não deveria existir e que está superado. "Espero que um dia as pessoas percebam que o jeito de discutir política no G7 está superado. É preciso abrir. Na verdade, o G7 nem devera existir depois da criação do G20. As mesmas pessoas participam do G7 e do G20, então não sei para quê a continuidade. Mas as pessoas criaram um clube, querem participar e não sou eu que vou impedir", disse.
- Lula: FMI colocou espada na cabeça do presidente da Argentina
- Lula critica ONU e diz que Rússia e Ucrânia não querem fim da guerra
- Comissão da Câmara aprova convites a ministros de Lula
Há ainda a intenção de Lula em discutir a redução da dependência do dólar e criar uma moeda própria para os países do bloco.
Cúpula do Brics
A Cúpula do Brics ocorrerá nos dias 22 e 24 deste mês na África do Sul, quando serão avaliados os pedidos de quase duas dezenas de países, que trabalham intensamente para serem aceitos no bloco dos emergentes. O interesse é grande e há uma lista extensa de candidatos fazendo forte lobby, com destaque para os árabes.
Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos são os países que mais estão trabalhando diplomaticamente para serem aceitos no grupo. Em abril, depois da reunião do G7 (grupo dos países mais ricos do mundo), no Japão, Lula passou rapidamente por Abu Dabi, onde se encontrou com o xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan. Na semana passada, o monarca telefonou para o presidente a fim de reforçar o desejo dos Emirados de integrarem formalmente o Brics.
O presidente Vladimir Putin não deve participar presencialmente da cúpula, porque existe contra ele um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. A expectativa é de que participe por videoconferência e envie como representante o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.