ELEIÇÕES 2022

Hacker e PL queriam simular fraude em urna, diz comentarista da Globonews

A ideia seria mostrar a vulnerabilidade das urnas eletrônicas com a foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparecendo no lugar da do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando o eleitor digitasse 22

Correio Braziliense
postado em 02/08/2023 15:40 / atualizado em 02/08/2023 15:53
O comentarista da Globonews Octavio Guedes fala sobre os planos eleitorais do PL com o hacker Walter Delgatti Neto  -  (crédito: Reprodução/GloboNews)
O comentarista da Globonews Octavio Guedes fala sobre os planos eleitorais do PL com o hacker Walter Delgatti Neto - (crédito: Reprodução/GloboNews)

O comentarista da Globonews Octavio Guedes fez uma revelação sobre os planos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, em relação ao trabalho do hacker Walter Delgatti Neto durante as eleições presidenciais do ano passado. Durante o programa Estúdio I, Guedes afirmou que a legenda queria colocar o hacker em um caminhão de som, "durante uma das micaretas autoritárias que Bolsonaro fazia", com uma urna eletrônica e um telão. Delgatti, então, digitaria 22 (o número e foto de Bolsonaro) na urna e apareceria o 13 (número e foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva) no telão, como "prova" da fraude na urnas.

Segundo Guedes, em seguida, apareceria um código-fonte criado pelo hacker, não o utilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Fake news é isso. Ela tem um cheiro de verdade (urna eletrônica), mas inverte e mostra. Mas o plano não foi adiante", completou Guedes, ressaltando que ouviu a informações de terceiros e que não bate com a estratégia eleitoral adotada pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.

Em depoimento à Polícia Federal, Delgatti Neto disse que chegou a se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio da Alvorada, para tratar do sistema das urnas eletrônicas. De acordo com o hacker, Bolsonaro perguntou se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas se estivesse munido do código-fonte dos equipamentos. Ele respondeu, no entanto, aos policiais que "isso não foi adiante".

Walter Delgatti Neto foi alvo de uma operação da PF, na manhã desta quarta-feira (2/8). Ele é conhecido como 'hacker de Araraquara'. O nome dele ficou conhecido na Operação Lava-Jato. Ele foi preso por acessar contas de aplicativos de mensagens de autoridades responsáveis pela operação, a chamada "Vaza Jato". É a terceira vez que Delgatti Neto é preso.

Delgatti foi preso pela primeira vez em julho de 2019, na Operação Spoofing da PF. Na época, ele confessou que hackeou o ex-juiz federal, hoje senador, Sergio Moro, o ex-procurador Deltan Dallagnol, e outras centenas de autoridades. À época da operação, o hacker era conhecido como "vermelho".

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