Relações exteriores

Lula: FMI colocou espada na cabeça do presidente da Argentina

O presidente Lula disse ainda que "fez tudo que podia" fazer para ajudar a Argentina de Alberto Fernández na dívida externa

Ingrid Soares
postado em 02/08/2023 16:05 / atualizado em 02/08/2023 16:07
Lula recebe Alberto Fernández no Planalto em junho. Foi a quarta visita do presidente argentino ao Brasil este ano       -  (crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Lula recebe Alberto Fernández no Planalto em junho. Foi a quarta visita do presidente argentino ao Brasil este ano - (crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (2/8) que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deveria “ter um pouco de paciência” e “não ficar com a espada em cima da cabeça do presidente da Argentina [Alberto Fernández]”. A declaração ocorreu durante café da manhã com correspondentes da imprensa estrangeira no Palácio do Planalto e é uma referência à dívida externa argentina.

"Eu às vezes fico preocupado de saber como é que um país tão importante como a Argentina, um país que já foi a quinta economia do mundo, chega na situação econômica na qual está hoje. Tudo isso muito em função de uma dívida contraída por um outro governo e que ficou para o atual governo pagar essa dívida aí", apontou.

Lula alegou ainda que a economia do país vizinho foi prejudicada pela seca."E o FMI, para você ter ideia, o FMI deveria ter um pouco de paciência. [...] A Argentina deixou de vender alguns bilhões de dólares. E o FMI poderia levar em conta e não ficar com a espada em cima da cabeça do presidente da Argentina”, criticou.

O petista afirmou também que fez tudo o que podia para ajudar a Argentina."Sinceramente, tudo que eu podia fazer de esforço, de contato, de telefonema, de reunião para tentar ajudar a Argentina, eu... Desde ligar para o [presidente da China] Xi Jinping, desde conversar com o banco, desde Dilma [Rousseff]  ajudar. Tentamos fazer o que era possível dentro do marco legal que existe hoje nas instituições financeiras. Porque as regras foram estabelecidas há muito tempo e é preciso que a gente mude determinadas regras", elencou.

Sobre as eleições argentinas, Lula não quis opinar. "Prefiro me silenciar. Eu penso o seguinte: o Brasil é um país que não quer crescer sozinho. Queremos crescer com nossos vizinhos crescendo conosco. Eu fico pedindo a Deus que a democracia prevaleça na Argentina. Que vença a democracia", finalizou.

 

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