A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os atos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou com tumulto a oitiva do General Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por volta das 16h desta terça-feira (1º/8).
G. Dias começou o depoimento contando a sua história de vida até chegar ao Exército. O deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator da comissão, indagou se o general teria participado do golpe militar de 1964, o que gerou revolta em parlamentares e pedidos de respeito.
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Salles insistiu na pergunta sobre a ditadura alegando que seria a primeira vez na história que alguém do Exército nega ter se tratado de uma “revolução”. O general rebateu que a pergunta do deputado não tinha relação alguma com o assunto que ele está depondo, ou seja, assuntos relacionados à atuação do MST.
Indagado se sabia de invasões do MST durante período em que foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), G. Dias negou: “não tinha conhecimento”. Salles então rebateu: “Não é ministério de porcelana, de nadar de bicicleta, é de segurança […] absolutamente inaceitável o que está fazendo”.
O deputado Capitão Alden (PL-BA) continuou a indagar se a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) não planejou nada para parar as invasões de propriedade. “Em apenas 3 meses desse atual desgoverno superou todas invasões do último governo”, afirmou o parlamentar. O depoente afirmou, novamente que não. O deputado Kim Kataguiri (União-SP) reforçou as perguntas sobre a Abin ao General G. Dias: “Houve 27 invasões durante período que ele ficou no comando do GSI e da Abin e ele só ficou sabendo de uma?”. “Estávamos em processo de transição, a Abin tinha que monitorar mas na passagem da transição não recebi nenhuma informação”, respondeu General G. Dias.
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