O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou, durante a live Bom dia, ministro desta quarta-feira (26/7), as atualizações no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, com a delação de um dos envolvidos no crime, Élcio Queiroz. Segundo o depoimento do suspeito, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, também teria participado do homicídio. Ambos foram transferidos para presídios em Brasília.
“É um crime muito complexo, de interesse de toda a nação brasileira porque tem uma dimensão relevante para a família, para a memória da Marielle, e tem uma dimensão preventiva em relação a mulheres, em relação à população negra e em relação a uma dimensão que eu tenho frisado que é a presença de mulheres na política, isso ainda é algo no Brasil alvo de muita violência — moral, simbólica e física”, comentou o ministro.
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Segundo Dino, houve uma mudança de patamar no caso quando a Polícia Federal (PF) entrou no caso. “Foi instaurado o inquérito e nós temos um trabalho conjunto das autoridades federais com as autoridades estaduais.”
“Revisitamos as provas, produzimos novas provas e com isso foi possível chegar a um contexto que será revelado posteriormente em que um dos autores materiais finalmente assumiu a sua participação e fez aquilo que nós chamamos de delação premiada, fechando a investigação sobre os executores, e isto em si já é uma novidade. Porque até 48 ou até 72 horas atrás, o que havia publicamente era uma tese de negativa de autoria, então há agora materialidade e autoria fixadas. Evidentemente há outros fatos novos que vão surgir nas próximas semanas a partir do conteúdo dessa delação”, explicou.
Sem interferência política
O ministro frisou ainda que a PF trabalhou para investigar evidências que corroborassem com a narrativa apresentada por Élcio Queiroz. “A partir da narrativa de um dos autores, que é o senhor Élcio, há a produção de outras provas que confirmam aquilo que ele está narrando, então a PF e o Ministério Público, enfim, estão trabalhando nesse momento”, apontou.
“Há outros anexos na delação e, nas próximas semanas, com certeza, vamos avançar ainda mais. Eu não posso prever porque eu não tenho conhecimento dos autos, porque não é meu papel. O delegado que está lá conduz, os delegados conduzem, não há interferência política em investigação, mas posso afirmar, sim, que há um trabalho e que mais resultados positivos virão, como esse resultado que foi revelado na segunda-feira”, declarou Flávio Dino.
Na terça-feira (25), Élcio Queiroz foi transferido do presídio federal de Brasília, com gestão do governo federal, para o Complexo da Papuda, de responsabilidade do Governo do Distrito Federal. Já Maxwell foi transferido da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro para a unidade prisional em que Élcio estava. O objetivo das alocações seria evitar que eles tivessem contato entre si.