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Polícia Federal deve ter diretoria para proteger autoridades no exterior

Ministério da Justiça analisa pedido da Polícia Federal para criar diretoria destinada a cuidar da vigilância de autoridades dos Três Poderes em viagens ao exterior, depois da agressão sofrida por Alexandre de Moraes em Roma

Após o ataque contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Aeroporto de Roma, cresceram entre os Três Poderes as preocupações com autoridades no exterior. Caso a investida contra o magistrado tivesse ocorrido em uma rua, hotel ou local com menor segurança, pouca circulação de pessoas e longe das autoridades italianas, a agressividade poderia ser maior. Em razão disso, Executivo, Judiciário e Legislativo avaliam medidas para aumentar a proteção dos seus integrantes fora do país.

O projeto mais avançado está em debate dentro do Ministério da Justiça. Após as agressões contra Moraes e familiares, ganhou força uma demanda da Polícia Federal pela criação de uma diretoria específica para a proteção de autoridades fora do território nacional. Atualmente, por lei, presidente da República, vice-presidente e ex-presidentes têm direito à segurança proporcionada pela corporação — estas autoridades são chamadas de dignitários.

No entanto, integrantes dos Três Poderes que solicitem reforço na segurança podem ter os pedidos atendidos. A análise é feita caso a caso. A expectativa é de que o contingente destinado para essas atribuições seja ampliado nos próximos meses. A divisão em uma nova diretoria, de acordo com fontes ouvidas pela reportagem, é uma demanda realizada no começo do ano e tem por objetivo organizar o setor.

Por sua vez, há meses a proposta estava parada, sem receber atenção. Agora, com o ataque a Moraes, o projeto está sendo levado em consideração e ganhou apoio da cúpula do órgão. De acordo com fontes no Supremo, os ministros já contam com equipe de segurança, tanto em território nacional quanto no exterior. No entanto, a maioria dos magistrados costuma dispensar ser acompanhado por seguranças, por estarem de férias, com a família, ou por acharem desnecessário.

Roma

Quando foi atacado em Roma, Moraes retornava do Fórum Internacional de Direito, na Universidade de Siena, na cidade da Toscana. Na ocasião, ele não estava acompanhado dos seguranças. O empresário Roberto Mantovani Filho; a esposa dele, Andréia Munarão; e o genro do casal, Alex Zanatta, são investigados em um inquérito aberto para apurar o caso. A situação ocorreu no dia 14. A defesa do casal afirmou que Mantovani negou ter agredido o filho do ministro, em depoimento aos investigadores. Porém, o acusado teria admitido que agiu para afastar o filho do ministro, em meio a uma confusão.

Roberto afirma que pode ter encostado o braço no rosto do filho de Moraes para proteger a esposa. O ministro afirmou, também em depoimento, que os óculos do filho caíram em razão das agressões. A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo, determinou a apreensão dos celulares e computadores usados pelos acusados. Os equipamentos estão em poder da PF e passam por perícia.

A apreensão dos celulares e computadores ocorreu após, em depoimento, os acusados afirmarem que teriam usado um celular para gravar a situação. Com isso, os investigadores esperam que os vídeos ou fotos ajudem a elucidar o caso.

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