O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, recebeu, nesta quinta-feira, o deputado federal Yury do Paredão (CE) e informou-o de que será expulso da agremiação. O pedido de abertura do processo, a fim de colocá-lo para fora do partido, foi feito na segunda-feira ao Diretório do PL no Ceará, por causa do apoio que o parlamentar licenciado vem dando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o chefe da seccional cearense devolveu o pedido à direção nacional para que tomasse a decisão.
"Recebi, na sede do PL Nacional, o deputado Yury do Paredão, do Ceará, a quem reafirmei que será expulso do partido por não comungar dos ideais de nossa legenda. A lei tem de ser cumprida e tem de ser igual para todos", tuitou Costa Neto.
Desde que Lula chegou à Presidência da República, em janeiro, Yury do Paredão assumiu uma postura de apoio ao governo, votando com a base aliada matérias de interesse do Planalto. Após a reunião, o parlamentar confirmou que será expulso do PL, mas que "respeita" a decisão da cúpula da legenda. Também pelo Twitter, ele anunciou que deixará a bancada.
"Estive com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o qual me afirmou que serei expulso do partido. Respeito a decisão do presidente e agradeço a oportunidade dada na eleição de 2022. Sigo como deputado federal defendendo a democracia, fazendo política com diálogo, respeito, sem radicalismo, com tolerância, e defendendo as ações dos governos que tragam melhorias para o povo brasileiro", anunciou.
O parlamentar cearense conseguiu irritar a direção do PL por causa de suas constantes postagens em redes sociais ao lado de Lula e de ministros do governo, inclusive fazendo o "L" com a mão. Ele também costuma compartilhar tuítes de Lula e seus auxiliares.
A crise, porém, foi deflagrada em maio, quando Yury postou uma foto dele ao lado do presidente e do ministro da Educação, Camilo Santana, que já foi governador do Ceará. "Juntos, podemos construir um Ceará mais forte e justo para todos", publicou o deputado no comentário sobre a foto.
Morto-vivo
Na semana passada, o parlamentar voltou a desafiar a legenda ao participar, no município pernambucano de Salgueiro, da cerimônia de entrega de uma estação de bombeamento do projeto de transposição do Rio São Francisco, ao lado dos ministros Paulo Pimenta (Secom) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional). O líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), cobrou que Yury renunciasse, porque, com a expulsão, o ex-colega de bancada não só manteria o mandato como levaria para a nova legenda as prerrogativas de acesso a recursos dos fundos eleitoral e partidário.
"Ele quer ser expulso para poder levar o mandato dele. A melhor alternativa seria deixá-lo no sal: sem comissões, sem fundo e sem diretórios. Um morto-vivo no PL. Se ele tentar sair do partido, perderá o mandato", disse o bolsonarista, no início da semana, nas redes sociais.
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