O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informou que fará uso do seu direito ao silêncio no seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ele foi convocado à oitiva por conta de uma troca de mensagens com o coronel Jean Lawand Junior — que depôs ao colegiado em 27 de junho — em que eles falaram sobre uma trama de golpe de Estado.
“Considerando a minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa, e com base na ordem do habeas corpus concedido em meu favor pelo Supremo Tribunal Federal, farei uso do meu direito constitucional ao silêncio”, disse o coronel.
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Cid está preso desde 3 de maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação contra covid-19 do ex-presidente, dele e de sua própria família. Ele chegou ao Congresso Nacional para depor pouco antes das 9h, fardado. Ao total, o coronel é investigado em oito inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).
A defesa de Mauro Cid impetrou um pedido de habeas corpus para a participação do ex-ajudante de ordens na CPMI. O pedido foi parcialmente acatado pela ministra Cármen Lúcia, do STF. Ele tem o direito de permanecer em silêncio caso de questionamentos que possam incriminá-lo, além de poder ser acompanhado de seus advogados. A magistrada determinou que o militar comparecesse para prestar depoimento nessas condições.
A perícia no aparelho de Cid, feita pela Polícia Federal, descobriu, ainda, uma minuta que sugeria a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por Jair Bolsonaro, que seria uma das etapas para o golpe que impediria o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de assumir o Palácio do Planalto.