Congresso

Bolsonaro depõe à PF em inquérito sobre Marcos do Val

Senador capixaba contou várias histórias sobre suposto envolvimento em trama para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Primeiramente, disse que ex-presidente estaria envolvido, mas, depois, relatou que tratou-se uma uma manobra de "inteligência"

Jair Bolsonaro deve depor novamente à Polícia Federal, nesta quarta-feira, no âmbito das investigações sobre as acusações do senador licenciado Marcos do Val (Podemos-ES). O parlamentar afirmou que o ex-presidente o teria o envolvido em uma tentativa de golpe de Estado, mas voltou atrás e mudou esta versão diversas vezes. O depoimento está marcado para as 14h, na sede da PF, em Brasília.

É a quarta vez que Bolsonaro é intimado a depor à corporação. Ele também foi ouvido nos inquéritos que investigam fraudes no seu cartão de vacinação e de sua família, nos ataques de 8 de janeiro e no caso das joias sauditas — que teria tentado trazer ilegalmente ao Brasil.

No início de fevereiro, em uma live, o senador disse que Bolsonaro o teria "coagido" a participar de uma tentativa de golpe, que envolveria também o ex-deputado federal Daniel Silveira — preso desde fevereiro no complexo penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, por ter descumprido medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal após condenação por ataques às instituições, ao Estado Democrático de Direito e ao próprio STF.

Bolsonaro teria pedido que Do Val gravasse, usando equipamentos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ministro Alexandre de Moraes, a fim de obter alguma fala que o comprometesse que o impedisse de relatar o inquérito sobre os atos antidemocráticos.

Versões

No dia seguinte, porém, o senador mudou a versão e disse que Bolsonaro teria apenas ouvido a conversa, sem falar nada. Do Val alterou a fala várias vezes e chegou a dizer ainda que as diversas versões seriam uma tática de "inteligência" para "ludibriar o inimigo". Ao todo, segundo o STF, foram quatro versões e, assim que o caso veio à tona, a Corte abriu um inquérito para investigar.

Por conta das acusações, Do Val foi alvo de operação de busca e apreensão no gabinete, no apartamento funcional, em Brasília, e em outro endereço em Vitória. A PF chegou a pedir a prisão do senador, mas Moraes negou.

Do Val também teve as contas nas redes sociais bloqueadas— usava-as para atacar o ministro do STF e integrantes do governo, como o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino. Após a operação, o senador pediu licença de 120 dias do cargo alegando motivos médicos, depois de supostamente sentir-se mal no gabinete.

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