A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro ouve, nesta terça-feira (11/7), a partir das 9h, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O militar está preso desde 3 de maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação da covid-19.
Cid foi convocado para a CPI, pois a Polícia Federal encontrou troca de mensagens com teor golpista com o coronel Jean Lawand Junior. O depoimento dele foi determinado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber. A magistrada afirmou que ele é obrigado a prestar esclarecimentos ao colegiado, podendo ser acompanhado de advogados e com o direito de permanecer em silêncio em perguntas que possam o incriminar.
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Lawand já foi ouvido pela CPMI e negou que as mensagens façam parte de um plano de golpe de Estado. O militar alegou que tentava pedir ao ex-presidente Bolsonaro apaziguasse os ânimos dos apoiadores que se mostravam insatisfeitos com o resultado das eleições do ano passado, que definiram Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República.
A convocação de Mauro Cid foi requerida por diversos parlamentares, como os deputados Rafael Brito (MDB-AL); Rogério Correia (PT-MG), Rubens Pereira Júnior (PT-MA); Erika Hilton (Psol-SP); Henrique Vieira (Psol-RJ); Duarte Jr. (PSB-MA); Duda Salabert (PDT-MG); Jandira Feghali (PCdoB-RJ); e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP); Fabiano Contarato (PT-ES); Rogério Carvalho (PT-SE); Ana Paula Lobato (PSB-MA); Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado; e do senador licenciado Marcos do Val (ES).
“Mauro Cid teve conversas com outro auxiliar do ex-presidente, Ailton Barros, nas quais houve trama para abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. Na conversa, Ailton afirma que o golpe precisaria da participação do comandante do Exército ou de Jair Bolsonaro, e que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes deveria ser preso”, defendeu Rogério Carvalho.
A oitiva estava marcada para semana passada, mas foi adiada devido do esfoço concentrado da Câmara dos Deputados em torno da reforma tributária, além da discussão de outras pautas antes do recesso parlamentar.