DISCURSO DE ÓDIO

Sâmia aciona PGR após Eduardo Bolsonaro comparar professor a traficante

Além da denúncia na esfera criminal feita por Sâmia Bomfim, a comparação feita por Bolsonaro motivou Guilherme Boulos a acionar a Comissão de Ética. Dino também acionou a PF contra Bolsonaro

A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol) acionou a Procuradoria Geral da República (PGR), nesta segunda-feira (10/7), contra o parlamentar Eduardo Bolsonaro (PL), após ele comparar o trabalho de professores com a ação de traficantes de drogas.

A denúncia foi comunicada pela deputada em seu perfil oficial no Twitter. "Eduardo Bolsonaro é um covarde! Num país marcado por atentados contra escolas, utilizar palanque de um evento armamentista pra incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime! Não vai ficar impune, estou acionando a PGR contra esse fascista agora mesmo!", escreveu Sâmia. 

Alvo do pedido de investigação feito por Sâmia Bomfim, a declaração do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocorreu no domingo (9/7), durante um ato pró-armas, em Brasília. Na ocasião, Eduardo disse que um “professor doutrinador” pode ser pior que um traficante. 

“Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação. Ele vai falar que o pai oprime a mãe, a mãe oprime o filho e que a instituição chamada família tem que ser destruída”, afirmou.

Justiça e política

As reações à declaração de Eduardo Bolsonaro vão desde questionamentos jurídicos à política. Enquanto Sâmia Bomfim recorreu à PGR para investigar o deputado, o parlamentar Guilherme Boulos (Psol) declarou que vai entrar com uma representação na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados.

"URGENTE! Vamos entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Eduardo Bolsonaro. Esse insulto a todos os professores brasileiros não pode ficar impune!", escreveu o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no Twitter.

PF investigará discurso de Bolsonaro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, encaminhou à Polícia Federal (PF), também nesta segunda, um pedido de investigação sobre o discurso do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e outras pessoas presentes no ato pró-armamento realizado em Brasília.

Segundo Dino, há indícios de discurso de ódio e apologia a violência nas declarações de Eduardo Bolsonaro. "Determinei à Polícia Federal que faça análise dos discursos proferidos neste domingo em ato armamentista, realizado em Brasília. Objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos", afirmou o ministro, nas redes sociais.

O Correio tentou contato por e-mail com o deputado Eduardo Bolsonaro, nesta segunda-feira, e aguarda retorno. 

 

Saiba Mais

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Eduardo Bolsonaro e aguarda retorno.