O episódio de hostilidade vivido por Tarcísio de Freitas (Republicanos) em reunião do PL liderada por Jair Bolsonaro na quinta-feira (6/7) causou preocupação no ex-presidente, que procurou o governador de São Paulo para não deixar nenhuma rusga entre eles. As informações são da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews.
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Na reunião, Tarcísio defendia a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados e foi interrompido diversas vezes com comentários agressivos dos presentes. “Todo mundo aqui sabe que o Tarcísio não entende de política”, disse uma pessoa.
Bolsonaro também interrompeu o governador e disse que “se o PL estiver unido, não aprova nada”, além de chegar a ressaltar que Tarcísio e outras pessoas presentes ali foram eleitos com o apoio dele — em uma sugestão de que o político devia alguma fidelidade.
De acordo com Sadi, após a reunião que terminou com Tarcísio escoltado por seguranças, Bolsonaro tentou encontrar o governador ainda na quinta-feira, mas não conseguiu. Na manhã de sexta-feira (8/7), os dois falaram por telefone em uma ligação que, segundo interlocutores do líder de São Paulo, demonstrou que o ex-presidente “sabe que errou” e “ficou constrangido”.
As fontes da jornalista afirmam que Bolsonaro não pediu desculpas, mas pediu que os dois seguissem e disse que o mal-estar “vai passar”. Em resposta, Tarcísio deixou claro que a relação dos dois não foi abalada e que continua grato ao ex-presidente, mas lembrou que não é refém do ex-chefe do Executivo e que não terá uma postura radical.
Veja um trecho da reunião do PL em que houve o mal-estar com Tarcísio:
Reforma aprovada com votos do PL
Apesar dos apelos de Jair Bolsonaro, que fez campanha contra a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, parlamentares do PL votaram a favor da proposta. No primeiro turno de apreciação, 20 disseram ser a favor do texto, já no segundo, foram 18 que chancelaram o novo sistema de tributação brasileiro.
Ao todo, a reforma foi aprovada por 382 votos contra 118 no primeiro turno, e 375 a 113 no segundo. A derrota foi vista no cenário político como uma demonstração de encolhimento do poder político do ex-presidente, que, além de não estar em cargo do Executivo ou Legislativo, se tornou inelegível por oito anos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).