O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu uma investigação que mira aliados do deputado Arthur Lira (PP-AL) em Alagoas. A Polícia Federal apura a suspeita de que recursos federais, destinados à compra de kits de robótica, para escolas públicas, foram desviados. As suspeitas são de fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
Em recurso levado até o Supremo, a defesa de Lira afirma que o cliente só pode ser investigado por determinação da Corte, pois ele ocupa o cargo de deputado federal. Com a decisão de Gilmar, nem a PF nem o Ministério Público podem avançar sobre o caso até que o tribunal avalie os argumentos dos advogados do parlamentar. A decisão está em segredo de Justiça.
- Operação da PF alcança aliados de Arthur Lira
- "Não tenho nada a ver com a operação da PF", diz Arthur Lira
- Lira segue articulação para aprovação de reforma tributária, nesta quinta (6)
A investigação suspeita de desvio em recursos para 43 municípios alagoanos. A defesa de Lira pede que todas as diligências sejam suspensas, alegando que o objetivo desde o início foi investigar o congressista. A Justiça Federal de Alagoas enviou o caso ao Supremo, após perceber a suspeita de envolvimento de autoridades com foro.
O juiz do caso apontou para a existência de indícios de envolvimento de Arthur Lira. "Havendo indícios da participação nos delitos ora investigados de um congressista, a competência desse juízo se encerra", afirmou o magistrado.
Documentos, obtidos pela operação Hefesto, da PF, são citados Luciano Cavalcante, ex-assessor de Lira, e o próprio parlamentar. Um dos documentos trata-se de uma autorização de viagem para Luciano, assinado por Lira.