O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi hostilizado nesta quinta-feira (6/7) em uma reunião do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, após costurar um acordo com o governo para a aprovação da reforma tributária.
Tarcísio procurou o partido, que elegeu a maior bancada na Casa na última eleição, com 99 integrantes, para tentar convencer a bancada a mudar de ideia sobre a reforma. O ex-presidente orientou que seus aliados votem contra o texto apresentado pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que deve ser votado em primeiro turno hoje.
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Durante o encontro, o governador saiu em defesa do projeto, mas acabou sendo vaiado e interrompido várias vezes, até que o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, precisou intervir. Bolsonaro afirmou que Tarcísio não tem experiência política, o que expõe seu descontentamento com o afilhado político.
Após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã de ontem, Tarcísio manifestou seu apoio à reforma ao dizer que concorda com 95% do texto, que de acordo com ele só precisa de “ajustes pontuais”. “São Paulo vai ser um parceiro no debate, na aprovação da reforma tributária. Nós estamos aqui para isso, para gerar convencimento”, declarou o governador na saída da reunião.
O apoio de Tarcísio irritou o PL e as figuras mais leais a Bolsonaro, que tentam transformar o impasse em torno da reforma na nova guerra entre oposição e governo. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a dizer nesta semana que a Casa não vai "transformar a reforma tributária numa batalha político-partidária".