CRÍTICAS

Waguinho defende Daniela Carneiro e critica Padilha: 'não tem sensibilidade'

O prefeito de Belford Roxo (RJ), marido da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, atribuiu a iminente saída da ministra à atuação de Alexandre Padilha. Ele disse que o chefe da pasta "parece atuar para defender Bolsonaro"

O prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos), marido da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, fez uma série de críticas ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, por conta da crise envolvendo o cargo de sua esposa. Em entrevista, nesta quarta-feira (5/7), o político disse que Padilha "parece atuar para fortalecer Jair Bolsonaro" e que ele "não está tendo sensibilidade".  

Waguinho está em Brasília e articula compensações pela saída de Daniela Carneiro do cargo. Ele se reuniu ontem (4) com o ministro das Relações Institucionais no Palácio do Planalto, e deve ter novos encontros com o Executivo durante a semana. A expectativa é que a ministra deixe a pasta até o domingo.

"O ministro das Relações Institucionais parece atuar, na verdade, para fortalecer [Jair] Bolsonaro. Padilha não está tendo a sensibilidade e o comprometimento com a valorização da mulher no espaço de poder, já que articula para a saída de uma deputada, a mais votada do estado do Rio de Janeiro, evangélica, pela entrada de um homem ligado ao ex-presidente da República e sem qualquer compromisso com as pautas do governo Lula", declarou o prefeito, em entrevista ao jornal O Globo.

A saída iminente de Carneiro ocorre por pressão do União Brasil, seu partido, com o qual está em litígio para deixar a legenda sem perder o cargo de deputada federal. Por isso, a sigla se mobilizou e pressionou o governo federal para que ela seja substituída pelo deputado Celso Sabino (União-PA).

Na entrevista, Waguinho frisou que Sabino apoiou a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições do ano passado. O prefeito argumentou ainda que a troca ministerial não vai dar mais votos do União ao governo. Mesmo com três pastas, a legenda deu poucos votos ao Executivo em votações estratégicas, como, por exemplo, a Medida Provisória que reestruturou a Esplanada. Para forçar a mudança no Turismo, a agremiação ameaçou reduzir ainda mais o apoio.

"Gestos impagáveis"

Mesmo reforçando o seu apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Waguinho falou que "quem tem gratidão não atinge seus aliados". Entre os pontos em negociação estão uma nova posição para Daniela Carneiro e investimentos e cargos de segundo escalão no Rio de Janeiro.

"Têm gestos que fazemos que são impagáveis. Só espero que sejamos tratados da mesma forma, com o mesmo empenho. Colocamos nossas vidas em risco, fomos atacados, ameaçados e amedrontados. Sempre serei Lula, mas quanto tempo levará para o governo se dar conta de tamanho erro?", apontou Waguinho.

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