O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tentou convencer deputados federais a rejeitarem a proposta de reforma tributária em reunião na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (4/7), do bloco dos partidos formados pelo PSD, MDB, PSD, Republicanos e Podemos. “Daqui três anos eu não serei mais governador de Goiás, essa matéria só vai ser concluída em 2033. Se está um problema hoje com a atual legislação imagine mais uma”, disse, em referência ao período de transição da reforma, que será de oito anos, de 2026 a 2033.
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O governador acredita que os estados estão prestes a perder autonomia com a junção de impostos no novo regime tributário e defendeu a manutenção da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
“Eu não estou preocupado com o meu mandato, eu estou preocupado com estados e prefeitos que vão perder sim a sua capacidade de legislar sobre a sua vida. Essa é a verdade e eu termino dizendo, peço a vocês que reflitam. Não façam isso, vocês amanhã serão governadores dos seus estados, não façam isso”, enfatizou.
Segundo Caiado, a simplificação dos impostos por um Impostos sobre Valor Agregado (IVA) não deve solucionar os problemas do Brasil e criticou a parcela de contribuição da União no tributo. “Não é o IVA que vai fazer com que as coisas se transformem. O que é preocupante para nós é que o governo federal, que é responsável pelo Custo Brasil, só entra com 35% do valor e nós, estados e municípios, entramos com 65%. É muito bonito fazer cortesia com o chapéu alheio”, apontou.
“É a perspectiva de um governante sem ter capacidade de ter iniciativa própria, ter a capacidade de entender as dificuldades de seu estado e da dinâmica do seu estado”, emendou.
"Cashback é retrógrado"
O governador disse não concordar ainda com a justificativa de que o sistema tributário atual penaliza os mais pobres, criticando a alternativa proposta na reforma. “Me desculpe, mas falar em cashback como sendo modernidade é o que existe mais retrógrado e ultrapassado do mundo, porque cesta básica deveria ser simplesmente tarifa zero”, enfatizou.
“Façam a simplificação da legislação federal e a simplificação da legislação estadual, mas não caminhem para um processo que vai levar o pacto federativo a ser totalmente inviabilizado com a concentração de forças do governo federal”, sugeriu.