Após receber o presidente paraguaio eleito, Santiago Peña, no Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta sexta-feira (28/7), o governo decidiu renegociar os termos financeiros da Itaipu Binacional — barragem localizada entre o Brasil e o Paraguai — no qual cada país tem direito a 50% da energia gerada. A decisão vem após 50 anos do acordo que viabilizou a construção.
Essa revisão, do Anexo C do Tratado de Itaipu, que dispõe sobre as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade, está prevista no contrato inicial entre os dois países. O assunto foi tema de conversa entre o presidente Luiz Inácio da Silva e Santiago Peña, que assume a presidência daquele país em 15 de agosto.
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Em visita à hidrelétrica, em março, para a posse de Enio Verri como diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Lula destacou o papel social da companhia e sinalizou que a repactuação do Tratado de Itaipu deve levar em conta a realidade dos dois países e possibilitar o desenvolvimento de ambos. Após o encontro no Alvorada de hoje, o presidente paraguaio foi na mesma linha e disse que Itaipu tem que ser geradora de energia e de desenvolvimento tanto para o Brasil quanto para o Paraguai.
“Paraguaios e brasileiros sonharam grande 50 anos atrás. Temos que sonhar grande de novo, e meu sonho é que no Paraguai e no Brasil não tenha gente com fome, sem estudo e sem trabalho. Temos que criar as condições para que haja saúde, educação e emprego e isso requer investimento”, afirmou Peña, defendendo que as novas bases valham por mais 50 anos.
Peña disse também que, na mesa de negociações, o objetivo é construir uma visão comum e que o projeto de integração tem que olhar para o futuro de maneira mais ambiciosa. “O Paraguai não está buscando uma política rentista, mas uma política de desenvolvimento, uma política econômica que gere emprego”.
O paraguaio destacou ainda a importância do Brasil como principal parceiro comercial e reconheceu o papel do presidente Lula nas negociações para a integração dos países sul-americanos com o mundo. “Tenho admiração pelo presidente Lula, acho que hoje é o líder global mais importante e, para nós, é nosso principal parceiro, além das relações com Itaipu”.
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