Filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos (Republicanos-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticaram o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por divulgar valores recebidos pelo pai via Pix. Segundo o órgão de inteligência, o ex-chefe do Planalto recebeu R$ 17 milhões em 769 mil transações.
Para Flávio, seu pai é vítima de "assassinato de reputação". Ele publicou um tuíte que compara a divulgação das contas pelo Coaf com o sigilo de Adélio Bispo, preso em 2018, após dar uma facada em Jair Bolsonaro, durante a campanha a presidente.
"Um assassinato de reputação sem precedentes contra o melhor presidente que o Brasil já teve! Reviram tudo, não encontram nada e mais uma vez quebram a cara! Nunca houve qualquer vazamento, quebra de sigilo ou exposição, sem embasamento, de nenhum ex-presidente na história do país, mas contra Bolsonaro vale tudo! Sabe o que assusta? O tamanho da vaquinha espontânea feita por milhões de brasileiros ao presidente mais popular do país para ajudá-lo a pagar multas milionárias por estar na linha de frente na pandemia salvando vidas e empregos Na democracia relativa, quebram sigilo de todo mundo de maneira ilegal, menos de Adélio Bispo! Engana-se quem pensa que o Brasil está caminhando a passos largos rumo à Venezuela, Cuba e Nicarágua. O país já está nos 100m rasos e SEM BARREIRAS. Este crime terá que ser explicado!", protestou o parlamentar.
Um assassinato de reputação sem precedentes contra o melhor presidente que o Brasil já teve! Reviram tudo, não encontram nada e mais uma vez quebram a cara!
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) July 28, 2023
Nunca houve qualquer vazamento, quebra de sigilo ou exposição, sem embasamento, de nenhum ex-presidente na história do… pic.twitter.com/yagJghO7pX
A publicação das transações do Pix de Jair Bolsonaro também foi criticada pelo filho Carlos. O vereador usou o Twitter para comparar a democracia brasileira ao regime político venezuelano. "Na democracia comunista relativa vale tudo! Já vivemos na Venezuela!", escreveu Carlos, ao comentar um tuíte que, assim como o dele, critica a publicação do Coaf.
Na democracia comunista relativa vale tudo! Já vivemos na Venezuela! pic.twitter.com/zvtR6nepIc
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) July 28, 2023
- Bolsonaro recebeu R$ 17 milhões por Pix em 769 mil transações, diz Coaf
- Wajngarten critica vazamentos de dados bancários de investigados
Registros no Coaf
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras publicou que o ex-presidente Bolsonaro recebeu quase R$ 17,2 milhões via transação por Pix, nos primeiros seis meses de 2023.
Nesse período ocorreu um movimento intenso das chamadas vaquinhas (doações) de apoiadores ao ex-mandatário. Essas "ajudas" a Bolsonaro ocorreram sob o pretexto de ajudá-lo a pagar multas referentes ao não uso de máscaras, durante a pandemia de covid-19.
As informações inicialmente foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo e mostram também que entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho, o ex-presidente da República recebeu mais de 769 mil transações via Pix, totalizando R$ 17.196.005,80. Ao todo, Bolsonaro movimentou no período R$ 18.498.532.
Segundo o relatório do Coaf, entre os principais doadores estão empresários do agronegócio (que depositaram R$ 20 mil); um dono de uma companhia da construção civil, com R$ 10 mil; e um escritor, que doou R$ 10 mil.
Defesa de Bolsonaro critica vazamento
O ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência e advogado de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, criticou nesta quinta-feira (27/7) vazamentos da informação de que Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões em transferências por Pix no início do ano.
"São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa", escreveu Wajngarten em sua conta no Twitter. "Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas. Quem vazou será criminalizado", acrescentou.
São inadmissíveis os vazamentos de quebras de sigilos financeiros de investigados no inquérito de 8/1 e ou de qualquer outra investigação sigilosa.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) July 27, 2023
Faz-se necessário identificar quem está entrando na tal sala cofre para que as medidas judiciais sejam tomadas.
Quem vazou será…
No tuíte, Wajngarten também criticou a divulgação da informação de que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, movimentou R$ 3,2 milhões entre julho de 2022 e janeiro de 2023. Mauro Cid está preso por ser suspeito de participar de esquema que investiga fraude de cartão de vacina de Bolsonaro, sua filha mais nova e familiares do ex-ajudante de ordens da presidência.
Cid ainda é investigado por participar e arquitetar tramas golpistas.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.