Violência

Rebelião no Acre acaba com 5 mortos; 3 decapitados

Motim foi no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. Suspeita das autoridades é de que a revolta foi, na verdade, um confronto entre quadrilhas rivais, e não uma tentativa de fuga

Vinicius Doria
postado em 28/07/2023 03:55
PMs passam notícias aos parentes de presos em busca de notícias -  (crédito:  Reprodução/Rede Amazônica Acre)
PMs passam notícias aos parentes de presos em busca de notícias - (crédito: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Cinco presos foram mortos na rebelião que manteve o Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, sob o controle de um grupo de detentos, que tentou fugir da unidade, no início da manhã de quarta-feira — segundo o gabinete de crise montado pelo governo do Acre. Depois de uma noite de negociações, os amotinados entregaram as armas que conseguiram do próprio presídio e permitiram a entrada de uma unidade do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. Fontes das forças de segurança informaram que corpos foram encontrados decapitados, o que indica ter havido acerto de contas entre facções criminosas rivais.

O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, coronel José Américo Gaia, disse que a tentativa de fuga envolveu 13 presos, que renderam "o faxineiro e um policial penal", mas acabou frustrada pela ação de uma guarnição do Instituto de Administração Penitenciária, que faz a segurança nos presídios do estado. Ele negou, porém, que a tomada do presídio pelos amotinados tenha sido uma rebelião.

A Polícia Civil investiga se os presos tiveram algum tipo de ajuda para ter acesso à sala onde fica o armamento da segurança do presídio. Segundo a Secretaria de Justiça, foram recuperadas 15 armas, mas o órgão não informou se correspondem à totalidade do arsenal desviado.

Sem a cabeça

De acordo com investigadores, pelo menos três corpos foram decapitados. Segundo essas fontes, os 13 amotinados que deram início à crise são ligados ao Primeiro Comando da Capital. Depois de pegar as armas da segurança, o grupo invadiu a ala controlada por uma facção local, a B13, iniciando a chacina. A facção atacada atua em vários bairros da periferia de Rio Branco e mantém uma disputa por território com o PCC. O policiamento na capital acreana foi reforçado na para prevenir retaliações.

Fora do presídio, parentes dos presos fizeram uma vigília à espera de informações. Mais de 200 agentes da PM, da Polícia Civil, do Instituto de Administração Penal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) fecharam os acessos à penitenciária e bloquearam estradas próximas.

 

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