O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, recebeu, na manhã desta quinta-feira (20/7), o deputado federal Yury do Paredão (CE) para informá-lo de que será expulso da agremiação. O pedido de abertura do processo de expulsão foi feito na segunda-feira (17/7) ao Diretório do PL no Ceará por causa do apoio que o deputado federal vem dando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o presidente da seccional cearense devolveu o pedido à direção nacional.
“Recebi na sede do PL Nacional o deputado Yury do Paredão, do Ceará, a quem reafirmei que será expulso do partido por não comungar dos ideais de nossa legenda. A Lei tem de ser cumprida e tem de ser igual para todos”, postou Costa Neto em sua conta no Twitter.
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Desde que Lula assumiu a Presidência, em janeiro, Yury do Paredão vem adotando uma postura de apoio ao governo, votando com a base aliada matérias de interesse do Planalto e participando de eventos. Após a reunião, o parlamentar confirmou que será expulso do PL, mas que “respeita” a decisão da cúpula da legenda. “Estive com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o qual me afirmou que serei expulso do partido. Respeito a decisão do presidente e agradeço a oportunidade dada na eleição de 2022. Sigo como deputado federal defendendo a democracia, fazendo política com diálogo, respeito, sem radicalismo, com tolerância, e defendendo as ações dos governos que tragam melhorias para o povo brasileiro”, declarou o deputado em suas redes sociais.
O parlamentar cearense conseguiu irritar a direção do PL por causa de suas constantes postagens em redes sociais ao lado do presidente Lula e de ministros do governo, inclusive, fazendo o “L” com a mão. Ele também costuma compartilhar tuítes de Lula e seus auxiliares. A crise foi deflagrada em maio, quando Yury postou uma foto dele ao lado de Lula e do ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), que já foi governador do Ceará. “Juntos, podemos construir um Ceará mais forte e justo para todos”, escreveu o deputado no comentário sobre a foto.
"Morto-vivo"
Na semana passada, o parlamentar voltou a desafiar a legenda ao participar, no município pernambucano de Salgueiro, da cerimônia de entrega de uma estação de bombeamento do projeto de transposição do Rio São Francisco, ao lado dos ministros Paulo Pimenta (Secom) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).
O líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), queria que Yury renunciasse, porque, caso a expulsão se confirme, não só manteria o mandato como levaria para a nova legenda as prerrogativas de acesso a recursos dos fundos eleitoral e partidário. “Ele quer ser expulso para poder levar o mandato dele. A melhor alternativa seria deixá-lo no sal: sem comissões, sem fundo e sem diretórios. Um morto-vivo no PL. Se ele tentar sair do partido, perderá o mandato”, declarou Jordy, o início da semana, nas redes sociais.
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