O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que haverá "autoridade moral" para pedir o fim das sanções à Venezuela caso haja consenso sobre as eleições no país. Ele comentou o caso durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (19/7) em Bruxelas, Bélgica. Para Lula, as sanções, especialmente, são "absurdas". O petista disse ainda estar satisfeito com a reunião de segunda-feira (17), que resultou na possibilidade de levantar os embargos europeus ao país.
"Se eles [governo e oposição] se entenderem com relação às regras e à data das eleições, acho que nós temos a autoridade moral de pedir o fim das sanções", disse Lula. "Gostei da reunião. Não esperava resultado. Esperava que a gente tivesse a compreensão de que a solução da questão da Venezuela é do povo venezuelano", acrescentou o presidente. Ele citou também as sanções impostas pelos Estados Unidos, que classificou de "absurdas".
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Ontem (18), os presidentes do Brasil, França, Colômbia, Argentina, bem como o Alto Representante da União Europeia (UE) para Relações Exteriores e Política de Segurança, assinaram uma declaração conjunta pedindo que o governo de Nicolás Maduro e a oposição cheguem a um consenso para realizar eleições livres no ano que vem. Caso isso seja cumprido, as sanções impostas pela UE devem ser levantadas.
"Todo mundo está cansado"
No encontro de segunda, estiveram presentes ainda a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e o negociador-chefe da Plataforma Unitária da oposição venezuelana, Gerardo Blyde.
"O que eu sinto? Depois de tanto de briga, todo mundo está cansado. Sinto que a Venezuela está cansada. O povo quer encontrar uma solução. É bom você brigar um mês, dois meses, um ano, dois anos, quatro anos… Mas a vida inteira?", questionou ainda o presidente Lula. Para ele, todos os presentes saírem satisfeitos com as tratativas.
Até o momento, o governo de Maduro sinalizou que não permitirá observadores europeus nas eleições, um dos pedidos contidos na declaração, e vem impedindo que os opositores participem do pleito ao retirar, por exemplo, seus direitos políticos.
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