As vitórias do governo na Câmara — com as aprovações da reforma tributária e do projeto de lei que restabelece o voto de qualidade do Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais) —, levaram o presidente Lula a esquecer as dificuldades na articulação com o Congresso, razão de duras críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Na cerimônia de sanção do novo Minha Casa Minha Vida, ele afirmou que a relação entre o Executivo e o Congresso vive o melhor momento das últimas décadas.
"O país vai voltar à normalidade. A relação com o Congresso Nacional vive, possivelmente, o melhor momento das últimas décadas", avaliou Lula.
Segundo o presidente, a melhora na articulação não foi o motivo da aprovação da reforma e do PL do Carf, mas, sim, por se tratar de um "momento histórico" para o país. "As pessoas se assustaram sobre como a Câmara aprovou a política tributária, como aprovou o Carf. Aprovou porque é para o Brasil, não é para nós, não é para o PT, não é para o Lula. Aprovou porque as pessoas estão percebendo o momento histórico que o Brasil está vivendo. Se a gente souber cuidar com carinho do momento político, esta será a década do Brasil", afirmou.
Até o final de maio, quando Lula começou a participar também das conversas com os congressistas, a articulação vinha sendo alvo frequente de críticas. O governo não vinha conseguindo agrupar uma base sólida de apoio na Câmara e até parlamentares de partidos que compõem a Esplanada — como o União Brasil — votaram contra os interesses do Planalto. E foi derrotado em matérias importantes, como, por exemplo, o marco do saneamento.
"O Senado é uma instituição independente da Presidência da República. Ele não precisa pedir licença para mim ou fazer favor. A Câmara vive, também, um momento de as pessoas se assustarem com a aprovação da (reforma) tributária e do (PL do) Carf. Aprovou porque é para o Brasil, não é para nós, não é para o PT, não é para o Lula", enfatizou.
Críticas ao BC
Mais uma vez, Lula não poupou críticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto: "(Ele) tem que entender que não é dono do Brasil. O governo não está pedindo nenhum absurdo", provocou o presidente, ao cobrar o corte na taxa básica de juros (Selic), que está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022.
"Os juros precisam ser menores para facilitar que os empresários possam tomar crédito, para facilitar que a economia volte a crescer, para facilitar que pequeno e o médio empreendedor possam financiar seu negócio. É só isso. O que estamos querendo demais? Nada", cobrou.
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